quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Indie à Francesa

COEUR DE PIRATE – “Coeur de Pirate”

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Um anjo de Quebec! Uma voz de bebê, uma melodia delicada, marcada pelo piano que evoca sentimentos profundos, mas com a intensidade dos adolescentes que sofrem mais do que a dor que verdadeiramente sentem…ou entram em êxtase em dose mais intensa do que alegria que vivem.

Isso é Beatrice Martin, a voz por trás Coeur de Pirate, vinda de Quebec, Canadá.

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Esse é seu debut e que poderia figurar na lista “mais um álbum de uma garota pós-adolescente, engraçadinha e talentosa”. Sim, esse álbum pode figurar nessa lista, desde que a concepção que você tenha dessa descrição seja a de um álbum incrivelmente bem elaborado, com canções que nos fazem parar tudo e somente nos concentrarmos nelas, com melodias e vocais doces, meigos, juvenis e, acima de tudo, belos!

Coeur de Pirate se destaca por tudo isso e também por conseguir a simbiose do indie pop com uma aura francesa inquestionável e que, vale ressaltar, faz toda a diferença.

 

 

Coeur de Pirate Official Site

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

E não é para se apaixonar?

CLUB 8 – “The Boy Who Couldn´t Stop Dreaming”

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Uma das características do ser humano é surpreender o próximo. E como gosto de ser surpreendido, principalmente por algo tão maravilhoso como Club 8, esse duo sueco que conseguiu prender minha atenção por duas semanas…e ainda o continua.

imageA dupla formada pela belíssima Karolina Komstedt e Johan Angergård se vale de diversas influências – a batida do Trip Hop, o violão do Folk, a cadência da Bossa Nova e a essência do indie pop – e isso fica evidente e, muito bem trabalhado, nesse álbum de 2007.

A leveza e a melodia do Club 8 impactam de tal forma que somos seduzidos, ficamos vulneráveis e entorpecidos por canções que ultrapassam a beleza, cujo o efeito só se assemelham a uma paixão. E isso sem falar dos vocais de Karolina Komstedt, para os não encontro palavras para descreve-los.

Aliás, ousadia a minha querer descrever com minhas pobres palavras o que os anjos lapidaram com tanto primor!

É hora de abrir seu coração para uma nova paixão!

Club 8 no MySpace

Club 8 Official Site

Club 8 no Last FM

domingo, 25 de dezembro de 2011

Até que eles tentaram

USURA – “Hake Romana”

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Sem mais delongas!!!

Usura é o nome dessa banda espanhola que segue a linha garage rock, meio grunge e uma pseudo influência punk.

Resumindo tudo isso, o que esses caras buscaram, discaradamente, assemelhar-se a um mix entre L7 e Nirvana, porém sem a personalidade deste último ou a capacidade de agradar de ambos.

Isso sem falar dos vocais de Ana Bejar que talvez sejam ruim até falando ao telefone.

Esse post não é para indicar algo para ouvir, mas indicar algo para não ouvir.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Se assim posso dizer

AU REVOIR SIMONE – “Verses of Comfort, Assurance & Salvation”

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Não vou me estender nos comentários sobre Au Revoir Simone, não porque não haja o que falar, mas porque o seu tempo tem que ser dedicado a ouvir, apreciar e se encantar com esse belíssimo álbum desse trio feminino de Nova York.

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Ouvir Au Revoir Simone é passear por um caminho indie-eletro-pop, se assim posso dizer, onde a simbiose entre os estilos foi tão majestosamente elaborado que se há oscilação para um ou outro lado, esse é um detalhes totalmente sem importância, já que o resultado é encantador.

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Au Revoir Simone Official Site

Au Revoir Simone no MySpace

sábado, 17 de dezembro de 2011

Hermeticamente Surreal

BJÖRK – “Biophilia”

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A trajetória de Björk ja deixava claro o caminho que ela iria seguir.

imageDesde os idos do Sugar Cubes, essa bela islandesa mostrou-se exótica não apenas na aparência, mas também nas suas criações musicais.

Dona de vocais peculiares, Björk conseguia impressionar mesmo em musicas pop do Sugar Cubes, como “Delicious Demon”. Mas essas referências foram ficando para trás com sua carreira solo que se enveredou para um mundo paralelo, onde a música explora referências desconexas, sonoridades inconstantes e desritmadas e cadências experimentais.

Em seus primeiros álbuns Björk ainda mantinha, em um outro momento, uma certa “conexão terrestre” com o mundo das melodias facilmente assimiláveis, vide “Army of Me”, “It´s ohhh so quiet” ou “Bachelorette”. Mas, como uma sonda que parte para descobertas de novas galaxias, ela tomou um rumo que chegou a Biophilia, seu mais recente álbum, e que apresenta um mundo onde o minimalismo sonoro impera.

Biophilia chegou no topo da escala da evolução da Björk, sendo o álbum onde o experimentalismo é a linha melódica, se é que esse álbum apresenta alguma, e você ainda pode interagir com ele através do app Biophilia na Apple Store.

Um álbum hermético, de dificil audição, de cadência diferenciada e, por tudo isso, exige a atenção de quem decide ouvi-lo, e justamente por esse nível de atenção a mais exigido, é que se captura toda a sua beleza.

Björj Official Site

Björk no Last FM

domingo, 11 de dezembro de 2011

Esse foi na veia

KASABIAN – “Velociraptor”

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Lembro-me da primeira vez em que ouvi falar do Kasabian. Um colega do escritório chegou toda empolgada comentando e, claro, lá fui eu conferir do que se tratava essa banda.

O álbum em questão era o Empire. Um bom álbum, me agradou, mas ficou ali, meio esquecido no playlist, tanto que nem me dei conta de que a banda havia lançado um outro álbum, posterior ao Empire.

Esse longo hiato de cinco anos foi devidamente preenchido com o fantástico Velociraptor!, o mais recente álbum do quarteto inglês Kasabian.

Imbuído do espírito “indie-despojado” do Arctic Monkeys, Kasabian traz uma sonoridade cheia de energia, personalidade, certa dose de elementos groove-hippie-eletro-funky (vide “I Hear Voices” ou “Days Are Forgotten”) e ainda assim mantendo aquela melancolia britânica típica, como em “La Fee Verte”.

Diferentemente do que fiz em relação ao West Ryder Pauper Lunatic Asylun, álbum que se quer ouvi falar e que até hoje não conheço, ouça Velociraptor! Não é o “créme de la créme”, mas você não se arrependerá.

Kasabian Official Site

Kasabian no MySpace

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

E quem disse que não dá pra fazer diferente?

LISA HANNIGAN – “Sea Sew”

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Quem acompanha esse blog já percebeu que curto o estilo folk (entre outros). Sempre cito um outro nome (vide Amy Macdonald, Mariee Sioux, entre outros).

E, por me deparar com surpresas como Lisa Hannigan, chego à conclusão que citarei muito esse estilo por aqui.

imageA surpresa aqui não se trata “apenas” de uma incrível voz e envolventes melodias. Essa bela irlandesa conseguiu ir além do que é natural no mundo folk. Ele imprimiu um estilo próprio em Sea Sew mesclando elementos que deram uma aura diferente em suas canções.

Lisa Hannigan nos agraciou com um sensualidade e uma intimidade digna dos melhores nomes do Trip Hop (sem cair na linha melódica desse estilo, claro).

Ela conseguiu também tornar-se sentimental, numa cadência melódica que agrada aos mais exigentes, sem perder aquele “toque pop” que nos vicia.

Lisa Hannigan ainda se preocupou em trabalhar lírica e poeticamente suas canções e acrescentou detalhes sonoros de alguns instrumentos como violino, cello e xilofone, o que torna esse debut um dos mais belos álbuns que esse blog já apresentou.

Sim, meus caros, foi amor à primeira audição!

Lisa Hannigan Official Site

Lisa Hannigan no MySpace

domingo, 4 de dezembro de 2011

A Trupe Acertou…

I´M FROM BARCELONA – “Forever Today”

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I´m From Barcelona está mais para um time de futebol, incluindo técnico, massagista e gandula. Afinal, são 29 integrantes numa banda que se unem para construir canções até simples demais para tanta gente, eu diria.

Num grupo desse tamanho, manter a energia em alta não deve ser fácil, e isso pode comprometer a essência do seu trabalho, ainda mais quando essa galera faz parte de uma banda.

No primeiro álbum do I´m From Barcelona, senti falta desta energia. Achei o álbum morno, sem um elemento que cativasse o interesse (exceto pela faixa “We are from Barcelona”). E tanto que nem procurei conhecer o segundo álbum lançado em 2008. Mas, parece que os caras tomaram um “chacoalhão no vestiário” e voltaram para esse novo álbum com outros ares.

São 10 faixas que foram gravadas em duas sessões “ao vivo” (e isso já faz a diferença na essência desse álbum) trazendo uma energia contagiante, uma alegria efusiva e uma vontade de dançar e cantar durante todo o álbum.

Um álbum bem diferente do que a banda havia apresentado no seu debut e que tem feito de Forever Today um foco de excelentes comentários e constantes audições.

I´m From Barcelona Official Site

I´m From Barcelona no MySpace

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sweet Dreams

HARUKO – “Bird in the Snow”

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Alguém já viu uma pequena série lançada na web chamada “Ninjai - The Little Ninja”?

Uma série de 12 episódios que não chegou ao seu final e, por isso deixou aquele gostinho de “quero mais” e tratava-se de um pequenino chinês – Ninjai -  e suas aventuras e matanças no mundo dos maus.

O que isso tem a ver com essa minha dica? Bem, de conteúdo efetivamente nada, entretanto, a trilha sonora de Little Ninja era suave, bela, “uma canção de ninar” que evocava sentimentos tristes (até pelo contexto do nosso personagem), mas incrivelmente linda.

Mais ou menos nessa linha segue Haruko, cantora alemã que nos brinda com sete faixas nesse EP e tem a capacidade de nos transportar, ou melhor, nos embalar em nossos pensamentos, nos conduzindo para doces recordações, ainda que estas evoquem o mesmo aperto no coração que Little Ninja.

Seu violão melodiosamente discreto, praticamente “sussurra” suas notas, seguindo o mesmo estilo que sua voz. E ambos trazem uma tranquilidade que parece não ser desse mundo.

Bird in the Snow não é um álbum para todos os momentos, mas é o álbum para aquele momento de estar acompanhado de si mesmo e só.

Haruko no MySpace

Haruko no LastFM

Faça o download grátis desse álbum no Bandcamp

domingo, 27 de novembro de 2011

O outro lado dos anos 90

LOVE IS COLDER THAN DEATH – “Teignmouth”

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No final dos anos 80 e início dos anos 90, alguns clubes alternativos desfilavam um lineup bem diferenciado e obscuro em suas pistas.

E grande parte dessas obscuridades vinham de países fora do eixo EUA-Inglaterra, como Alemanha, Bélgica, Austria, etc.

Uma dessas referências é a banda alemã Love is Colder Than Death, quarteto que segue a linha darkwave de um lado, com vocais femininos ao estilo “esclesiástico”, melodias intensas e levadas soturnas. E, de outro, batidas mais agressivas com influência E.B.M (Electronic Body Music) e vocais masculinos mais “rasgados”.

Esse é o cenário que se encontra claramente no álbum Teignmouth, primeiro álbum da banda depois do EP Wild World e de participações em diversas compilações (outra característica marcante daquele período para bandas desse estilo).

Descubra qual lado mais lhe agrada.

Love is Colder Than Death Official Site

Love is Colder Than Death no MySpace

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Meio ponto fora da curva

BONOBO – “Black Sands”

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Uma dúvida pairou na minha cabeça sobre fazer ou não esse post.

A dúvida veio porque o som do Bonobo foge um pouco ao que costumo apresentar aqui no blog, mas quem sou eu para decidir o que os outros vão ouvir? Eu apenas apresento as sugestões. Esse é o primeiro ponto.

O segundo ponto é que um mudança começou a aparecer em meio a audição do álbum Black Sands, quarto álbum de Simon Green, o homem por trás do Bonobo.

DJ inglês, Bonobo inicia Black Sands com um toque de Trip Hop e muita influência da música eletrônica. Eu diria que o álbum começa se apresentando como um “Lounge Eletrônico”. Boa música, mas o “eletrônico” aqui me incomodou um pouco. Entretanto, no decorrer do álbum se percebe a adição de outras influências como jazz e soul (em especial nas faixas “El Toro” e “We Could Forever”), onde as batidas sintetizadas abrem espaço para um belíssimo trabalho de uma bateria bem elaborada e que confere uma dose de sofisticação e personalidade a esse álbum.

O álbum segue uma linha instrumental, com exceção de três momentos nos quais Andreya Triana se apresenta, e muito bem, nos vocais (“Eyesdown”, “The Keeper” e “Wonder When”).

O resumo disso tudo é o seguinte. O lado eletrônico do álbum não chega a desagradar, já que a levada trip hop segura bem a vibe dessas faixas, mas não tira Black Sands de um parâmetro conhecido, porém quando as demais influências entram em ação, aí sim, faz toda diferença ouvir Bonobo.

Bonobo Official Site

Bonobo no MySpace

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Respeitável Público

HYDE & BEAST – “Slow Down”

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A começar pelo nome, Hyde & Beast já nos remete a um romance ao estilo dos clássicos “Médico e o Monstro”, “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” , etc. Aliás, foi do original “Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde” que eles tiraram o nome da banda.

Ao ouvi-los eu constatei que Slow Down traz sim uma carga dramática bem apropriada para trilha sonora. Na verdade mais que isso. Slow Down bem que poderia ser o roteiro.

Os títulos das canções ja sugerem isso, criam uma ambientação imagética. Os seus vídeos também trazem uma certa “dramaticidade”, agora a construção musical desse álbum nos leva por uma linha de início-clímax-desfecho.

Agora, o que leva a crer que Hyde & Beast poderia ser usado por Tim Burton e Johnny Depp num filme de universos fantasiosos é a sua sonoridade singular.

Fugindo das construções melódicas atuais a banda, ou melhor, a dupla (sim, acreditem é apenas uma dupla responsável por essas canções incríveis) trabalha suas canções criando uma ambientação onde prevalece a essência alternativa e referências dos anos 60 e 70.

Num mix de instrumentos com “camadas” de vocais, Hyde & Beast passeia por um universo indie com forte influência de canções folclóricas e uma certa dose de psicodelia que te prende, mesmo que de início não se haja uma linha melódica mais envolvente.

Sente-se, confortavelmente, em sua poltrona, alimente seus ouvidos com Hyde & Beast e instigue sua mente numa viagem bem interessante.

Hyde & Beast Official Site

Hyde & Beast no MySpace

domingo, 20 de novembro de 2011

O bom nunca é demais!

ANDREYA TRIANA - “Lost Where I Belong”

image Andreya Triana deve ser um nome desconhecido para você, bem pelo menos para mim, o era. Agora, o que certamente não é desconhecido são as influências que inspiraram essa inglesa nesse debut.

Estou falando daquela vibe do trip hop com suas batidas e todo aquele swing que já marcou o trabalho de muita gente. Ora…aí você deve estar se perguntando “por que ouvir Andreya Triana se as referências são as mesmas, as já batidas de algo que já sei como será?”.

Primeiro, meu Caro, porque nunca é demais ouvir boa música. Andreya Triana traz nesse seu primeiro álbum uma sonoridade fantástica. Uma musicalidade que te envolve quase como um carinho. E segundo porque nesse movimento do Trip Hop as variações são incríveis. Cada banda explora uma nuance diferente, confere um toque marcante e singular, mesmo seguindo a mesma “espinha dorsal do estilo”.

E esse é o caso de Andreya Triana que consegue, nesse caldeirão básico do Trip Hop, colocar pitadas de swing a mais numa canção, explorar a sensualidade em outra e com isso compor um belíssimo álbum.

Belíssimo álbum que você precisa conferir se gostar de Trip Hop, mas principalmente se gostar de boa música.

Andreya Triana Official Site

Andreya Triana no MySpace

Raizes Sonoras

MARIEE SIOUX – “Faces in the Rocks”

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Se Sioux é uma palavra que te remete a célebre banda Siouxsie and The Banshees, bem vindo ao clube, pois foi justamente essa palavra que pescou minha atenção e me motivou a conhecer Mariee Sioux.

Agora, se você não se incomoda em ser totalmente supreendido por uma musicalidade que em nada se assemelha à sua primeira referência, mas que pode lhe agradar intensamente, bem, nesse caso, faça como eu e conheça Mariee Sioux.

Essa garota norteamericana, de voz doce e, ao mesmo tempo, encorpada conferiu um sentido especial à sonoridade folk, já que no seu álbum Faces in the Rocks o folk nos leva a uma aura de folclórica no sentido de buscar uma identidade, uma raíz numa ancestralidade musical que confira o atestado de origem às suas canções. Dificil entender isso?

Preste atenção aos violões, banjos, flautas e acordeões intensamente presentes e maravilhosamente elaborados nesse álbum e você entenderá. Na verdade, você vai descobrir muitos outros detalhes a cada nova audição.

Enraize-se com Mariee Sioux!

Mariee Sioux no MySpace

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

É sempre uma novidade

PIXIES – “Bossanova”

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Totalmente desnecessário descrever Pixies, e ainda bem que o é, porque é algo bem dificil para dizer o mínimo, ja que os caras fazem parte daquele infinitesimal grupo seleto de bandas que foram além de estilos pré-concebidos e criaram algo único, nesse caso, “o estilo Pixies”.

E como ocorre nesses casos, o tal estilo é atemporal. Na verdade, mais que isso. É sempre atual!

Sentado na sala de espera do aeroporto fiz uma viagem sem embarcar. Comecei ouvindo Bossanova, um, apenas um dentre todos os demais excelentes álbuns desta banda, e sempre, mas sempre me surpreendo com a criatividade com que eles criaram suas canções. E como soam tão “para hoje”! E o mais legal de tudo é que Bossanova é de 1990.

Vamos nos manter atualizados com Pixies.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Pagando tributo

JUST LIKE HEAVEN – “Tributo ao The Cure”

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Para que um álbum do tipo “Tributo a…” seja interessante, as bandas que o decidem fazer ou tem a capacidade de capturar a essência da banda homenageada e assim apresentar um releitura adequada de suas canções ou seguem o caminho do cover colocando um ou outro toque pessoal na melodia (deixando claro que, esse toque pessoal não deve ser confundido com o que alguns artistas brasileiros fazem, e fazem muito mal, impondo a qualquer música um ritmo descompassado de bossa nova, samba ou mpb).

Dito isso, quero apresentar-lhes esse excelente tributo ao The Cure lançado pela American Laundromat Records. Esse álbum começa a se destacar pelo lineup que fez toda a toda a diferença para a qualidade musical. E não poderíamos esperar nada menos de bandas como The Wedding Present, Dean & Britta, The Brunettes só para dar uma idéia do que você ja pode esperar.

Just Like Heaven mescla com maestria os dois caminhos que comentei para um excelente tributo. De um lado, a essência de “Friday I´m in Love”, por exemplo, foi devidamente capturada e libertada numa releitura belíssima de Dean & Britta. De outro, a estrutura de “In Between Days” não se perdeu no “cover” de guitarras mais instigadas de Kitty Karlyle.

Resumindo, descubra como é muito bom pagar um bom tributo!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Inenarrável

THE NATIONAL – “High Violet”

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O prazer de ouvir uma banda como The National é algo que beira a impossibilidade de ser descrito verbalmente.

Uma sonoridade robusta, marcante, de personalidade definida e intensa, conduzindo o ouvinte a nuances de sentimentos e sensações de forte impacto.

Com referências similares a seu contemporâneo Interpol, bebendo na fonte do pós-punk nesse álbum e executando suas bases com maestria, The National se distingue do seu “primo-irmão” de Nova York em alguns pontos.

Se Interpol carrega uma certa visceralidade sonora, em The National sobressai a intensidade melódica.

Se Interpol trabalha a criatividade musical com guitarras e baterias de identidades marcantes e singulares, The National cede espaço ao lúgubre e ao vigor do paredão sonoro construído com sons graves, belos e bem definidos.

Se Interpol lhe agradou, se encante ainda mais com The National.

The National Official Site

The National no MySpace

domingo, 30 de outubro de 2011

Simples e Feliz

STARS – “Heart”

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O dia estava horroroso. Nublado, cinzento, com garoa, perfeito para ficar em casa.

Olhei para o MP3 e procurei por algo novo para ouvir. Como tinha acabado de baixar Stars eles foram os escolhidos. E acho que os céus ouviram as minhas preces, pois ao ouvir o som dessa banda de Toronto foi como se o céu se abrisse num belo dia ensolarado de domingo.

A espinha dorsal é um indie pop na sua vertente mais melódica, porém um indie que passeia por nuances tão distintas e intrigantes quanto synth pop, psicodelismo e até elementos suaves do dream pop.

Stars consegue nos envolver numa nuvem de tranquilidade, não importando a tempestade que se apresente.

Para resumir….belíssimo!

Stars Official Site

Stars no Myspace

sábado, 29 de outubro de 2011

Válvula de Escape

MATES OF STATE – “Mountaintops”

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O trânsito é uma constante nessa cidade (São Paulo), assim se faz necessário um válvula de escape para fugir dele, nem que seja no plano mental apenas.

Nesse caso específico Mates of State foi além de simplesmente ser a fuga para o trânsito. Foi o portal para um mundo paralelo cuja atmosfera está infectada de gases que nos intoxicam com uma alegria inocente e singela, trazendo uma vontade de dançar, cantar, pular, sorrir, sem motivo aparente. Quer dizer, o motivo é a sequência de faixas maravilhosas do mais recente álbum da banda, Mountaintops, que traz toda a vibe Eletro 80´s numa roupagem indie numa perfeição além dessa galáxia.

Algumas faixas desse álbum bem se encaixariam como trilha sonora de um possível remake do filme “Garota Rosa Shocking”. E se você já viu esse filme vai encontrar aquela aura nesse trabalho do Mates of State e por tudo isso, Mountaintops é imperdível!

Mates of State Official Site

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O que há de errado com o domingo?

SUNDAY MUNICH – “Pneuma”

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Os Europeus tem uma relação intrigante com o domingo quando se trata de música (vide “Everyday is like sunday” – Morrissey ou “Sunday Bloody Sunday” – U2), mas pelo visto essa relação atravessou o oceano e atacou os EUA que trazem Sunday Munich, banda de Chicago.

Ao descobrir Sunday Munich foi automático tal nome me remeter a uma tarde cinzenta, suavemente fria, sem cores, algo muito semelhante com a abertura do DVD TRilogy do The Cure, embora esse tenha sido gravado em Berlin. Só não esperava que o Prozac fizesse parte do kit (e está lá quase literalmente).

O álbum Pneuma se inicia com a faixa que leva o nome “Prozac” e estejam seguros que angústia dos vocais de Sarah Hubbard quase te fazem pedir por um.

Mais intenso ainda é que na sequência a faixa leva o título de “Smallest Tragedy” e pra fechar o início do álbum temos “Home”. Uma bela trilogia, não?

A conexão literária dos títulos acaba por aí, mas não a vibe melancólica, densa e depressiva que até nos remete a angústia de Cranes com a diferença da sonoridade que embala as canções. Em Sunday Munich a linha melódica está na trilha do trip-hop. Aliás, se fosse possível desconectar o instrumental dos vocais eu diria que Pneuma poderia muito bem ser uma excelente trilha lounge.

Não se deixem levar, entretanto, apenas pela “lado negro” deste álbum, pois ele pode sim tornar seu domingo um dia interessante.

Sunday Munich no MySpace

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Criatividade Infanto-Juvenil?

OBERHOFER – “oOOoOOOo”

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Criatividade é um assunto divertidamente subjetivo e tem gente que acha que ser criativo é simplesmente ter uma idéia inusitada e ponto…está lá a criatividade em ação.

Passado esse parágrafo de “desabafo conceitual”, creio que tenha sido essa a orientação criativa que Oberhofer usou no seu álbum oOOoOOOo.

Sim, o álbum se chama isso mesmo e é também o nome de uma de suas faixas. E isso já reforça minha tese da banalização da criatividade vs ser inusitado.

No decorrer das sete faixas deste EP a banda (que pelo que consegui descobrir é um cara só…Brad Oberhofer responsável por tudo em todo álbum) tenta inovar ou melhor se diferenciar do mundo indie no qual está inserido.

A diferenciação vai por baterias com muitos tons-tons, batidas com certo contratempo e guitarras e teclados que dão o tom indie-melódico. Porém, assim como o nome do álbum, Oberhofer não evolui do seu mundo infanto juvenil e toda essa tentativa se torna placebo.

Posso até estar exagerando na dose, ja que se considerarmos apenas a vibe indie que lhe pertence, a banda até que atende bem, mas ainda falta sair um pouco da “puberdade”.

Oberhofer no MySpace

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Se os Ramones usassem saia

SHONEN KNIFE – “Free Time”

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O Punk Rock oscila da veia mais pesada, hardcore de Exploited e Stiff Little Fingers, passando por vertentes mais politizadas e ecléticas como The Clash até chegar do lado “fun” como Ramones e Toy Dolls.

Shonen Knife está bem próximo dessa última proposta. Com uma forte influência de Ramones, essa banda japonesa só de mulheres, está na estrada há muito tempo (desde 1981 para ser exato), porém nunca havia parado para ouvi-las antes e o fiz somente agora através do álbum Free Time, lançado em 2010.

Ao ouvir esse álbum você não tem dúvidas das referências das garotas e tudo fica ainda mais interessante, pois elas também cantam em japonês (o que deixa tudo ainda mais divertido).

Vale a pena conhecer, nem que seja por simples diversão.

Shonen Knife Official Site

domingo, 16 de outubro de 2011

Quero ser abduzido

THE ETTES - “Shake The Dust”

imageNunca guitarras distorcidas e batidas agressivas foram tão lindas aos olhos e tão atraentes aos ouvidos.

image The Ettes estão na estrada desde 2004. Shake the Dust é o debut desse power trio de Los Angeles e traz um mix interessante de garage rock com toques dos anos 60 na levada de algumas canções, como em “Alley Cat” e “Soft Focus”.

Isso confere uma certa “sensualidade” ao som dos Ettes, que de ET mesmo não tem nada, aliás se todo ET for como Lindsay Hames (vocal) ou Maria Silver (bateria), por favor quero ser abduzido e ainda ser transportado ouvindo Shake the Dust.

Visualmente vocês podem ver aqui, mas confiram sonoramente também e já reservem espaço no próximo ônibus espacial.

The Ettes no MySpace

The Ettes Official Site

 

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