segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sweet Dreams

HARUKO – “Bird in the Snow”

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Alguém já viu uma pequena série lançada na web chamada “Ninjai - The Little Ninja”?

Uma série de 12 episódios que não chegou ao seu final e, por isso deixou aquele gostinho de “quero mais” e tratava-se de um pequenino chinês – Ninjai -  e suas aventuras e matanças no mundo dos maus.

O que isso tem a ver com essa minha dica? Bem, de conteúdo efetivamente nada, entretanto, a trilha sonora de Little Ninja era suave, bela, “uma canção de ninar” que evocava sentimentos tristes (até pelo contexto do nosso personagem), mas incrivelmente linda.

Mais ou menos nessa linha segue Haruko, cantora alemã que nos brinda com sete faixas nesse EP e tem a capacidade de nos transportar, ou melhor, nos embalar em nossos pensamentos, nos conduzindo para doces recordações, ainda que estas evoquem o mesmo aperto no coração que Little Ninja.

Seu violão melodiosamente discreto, praticamente “sussurra” suas notas, seguindo o mesmo estilo que sua voz. E ambos trazem uma tranquilidade que parece não ser desse mundo.

Bird in the Snow não é um álbum para todos os momentos, mas é o álbum para aquele momento de estar acompanhado de si mesmo e só.

Haruko no MySpace

Haruko no LastFM

Faça o download grátis desse álbum no Bandcamp

domingo, 27 de novembro de 2011

O outro lado dos anos 90

LOVE IS COLDER THAN DEATH – “Teignmouth”

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No final dos anos 80 e início dos anos 90, alguns clubes alternativos desfilavam um lineup bem diferenciado e obscuro em suas pistas.

E grande parte dessas obscuridades vinham de países fora do eixo EUA-Inglaterra, como Alemanha, Bélgica, Austria, etc.

Uma dessas referências é a banda alemã Love is Colder Than Death, quarteto que segue a linha darkwave de um lado, com vocais femininos ao estilo “esclesiástico”, melodias intensas e levadas soturnas. E, de outro, batidas mais agressivas com influência E.B.M (Electronic Body Music) e vocais masculinos mais “rasgados”.

Esse é o cenário que se encontra claramente no álbum Teignmouth, primeiro álbum da banda depois do EP Wild World e de participações em diversas compilações (outra característica marcante daquele período para bandas desse estilo).

Descubra qual lado mais lhe agrada.

Love is Colder Than Death Official Site

Love is Colder Than Death no MySpace

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Meio ponto fora da curva

BONOBO – “Black Sands”

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Uma dúvida pairou na minha cabeça sobre fazer ou não esse post.

A dúvida veio porque o som do Bonobo foge um pouco ao que costumo apresentar aqui no blog, mas quem sou eu para decidir o que os outros vão ouvir? Eu apenas apresento as sugestões. Esse é o primeiro ponto.

O segundo ponto é que um mudança começou a aparecer em meio a audição do álbum Black Sands, quarto álbum de Simon Green, o homem por trás do Bonobo.

DJ inglês, Bonobo inicia Black Sands com um toque de Trip Hop e muita influência da música eletrônica. Eu diria que o álbum começa se apresentando como um “Lounge Eletrônico”. Boa música, mas o “eletrônico” aqui me incomodou um pouco. Entretanto, no decorrer do álbum se percebe a adição de outras influências como jazz e soul (em especial nas faixas “El Toro” e “We Could Forever”), onde as batidas sintetizadas abrem espaço para um belíssimo trabalho de uma bateria bem elaborada e que confere uma dose de sofisticação e personalidade a esse álbum.

O álbum segue uma linha instrumental, com exceção de três momentos nos quais Andreya Triana se apresenta, e muito bem, nos vocais (“Eyesdown”, “The Keeper” e “Wonder When”).

O resumo disso tudo é o seguinte. O lado eletrônico do álbum não chega a desagradar, já que a levada trip hop segura bem a vibe dessas faixas, mas não tira Black Sands de um parâmetro conhecido, porém quando as demais influências entram em ação, aí sim, faz toda diferença ouvir Bonobo.

Bonobo Official Site

Bonobo no MySpace

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Respeitável Público

HYDE & BEAST – “Slow Down”

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A começar pelo nome, Hyde & Beast já nos remete a um romance ao estilo dos clássicos “Médico e o Monstro”, “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” , etc. Aliás, foi do original “Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde” que eles tiraram o nome da banda.

Ao ouvi-los eu constatei que Slow Down traz sim uma carga dramática bem apropriada para trilha sonora. Na verdade mais que isso. Slow Down bem que poderia ser o roteiro.

Os títulos das canções ja sugerem isso, criam uma ambientação imagética. Os seus vídeos também trazem uma certa “dramaticidade”, agora a construção musical desse álbum nos leva por uma linha de início-clímax-desfecho.

Agora, o que leva a crer que Hyde & Beast poderia ser usado por Tim Burton e Johnny Depp num filme de universos fantasiosos é a sua sonoridade singular.

Fugindo das construções melódicas atuais a banda, ou melhor, a dupla (sim, acreditem é apenas uma dupla responsável por essas canções incríveis) trabalha suas canções criando uma ambientação onde prevalece a essência alternativa e referências dos anos 60 e 70.

Num mix de instrumentos com “camadas” de vocais, Hyde & Beast passeia por um universo indie com forte influência de canções folclóricas e uma certa dose de psicodelia que te prende, mesmo que de início não se haja uma linha melódica mais envolvente.

Sente-se, confortavelmente, em sua poltrona, alimente seus ouvidos com Hyde & Beast e instigue sua mente numa viagem bem interessante.

Hyde & Beast Official Site

Hyde & Beast no MySpace

domingo, 20 de novembro de 2011

O bom nunca é demais!

ANDREYA TRIANA - “Lost Where I Belong”

image Andreya Triana deve ser um nome desconhecido para você, bem pelo menos para mim, o era. Agora, o que certamente não é desconhecido são as influências que inspiraram essa inglesa nesse debut.

Estou falando daquela vibe do trip hop com suas batidas e todo aquele swing que já marcou o trabalho de muita gente. Ora…aí você deve estar se perguntando “por que ouvir Andreya Triana se as referências são as mesmas, as já batidas de algo que já sei como será?”.

Primeiro, meu Caro, porque nunca é demais ouvir boa música. Andreya Triana traz nesse seu primeiro álbum uma sonoridade fantástica. Uma musicalidade que te envolve quase como um carinho. E segundo porque nesse movimento do Trip Hop as variações são incríveis. Cada banda explora uma nuance diferente, confere um toque marcante e singular, mesmo seguindo a mesma “espinha dorsal do estilo”.

E esse é o caso de Andreya Triana que consegue, nesse caldeirão básico do Trip Hop, colocar pitadas de swing a mais numa canção, explorar a sensualidade em outra e com isso compor um belíssimo álbum.

Belíssimo álbum que você precisa conferir se gostar de Trip Hop, mas principalmente se gostar de boa música.

Andreya Triana Official Site

Andreya Triana no MySpace

Raizes Sonoras

MARIEE SIOUX – “Faces in the Rocks”

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Se Sioux é uma palavra que te remete a célebre banda Siouxsie and The Banshees, bem vindo ao clube, pois foi justamente essa palavra que pescou minha atenção e me motivou a conhecer Mariee Sioux.

Agora, se você não se incomoda em ser totalmente supreendido por uma musicalidade que em nada se assemelha à sua primeira referência, mas que pode lhe agradar intensamente, bem, nesse caso, faça como eu e conheça Mariee Sioux.

Essa garota norteamericana, de voz doce e, ao mesmo tempo, encorpada conferiu um sentido especial à sonoridade folk, já que no seu álbum Faces in the Rocks o folk nos leva a uma aura de folclórica no sentido de buscar uma identidade, uma raíz numa ancestralidade musical que confira o atestado de origem às suas canções. Dificil entender isso?

Preste atenção aos violões, banjos, flautas e acordeões intensamente presentes e maravilhosamente elaborados nesse álbum e você entenderá. Na verdade, você vai descobrir muitos outros detalhes a cada nova audição.

Enraize-se com Mariee Sioux!

Mariee Sioux no MySpace

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

É sempre uma novidade

PIXIES – “Bossanova”

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Totalmente desnecessário descrever Pixies, e ainda bem que o é, porque é algo bem dificil para dizer o mínimo, ja que os caras fazem parte daquele infinitesimal grupo seleto de bandas que foram além de estilos pré-concebidos e criaram algo único, nesse caso, “o estilo Pixies”.

E como ocorre nesses casos, o tal estilo é atemporal. Na verdade, mais que isso. É sempre atual!

Sentado na sala de espera do aeroporto fiz uma viagem sem embarcar. Comecei ouvindo Bossanova, um, apenas um dentre todos os demais excelentes álbuns desta banda, e sempre, mas sempre me surpreendo com a criatividade com que eles criaram suas canções. E como soam tão “para hoje”! E o mais legal de tudo é que Bossanova é de 1990.

Vamos nos manter atualizados com Pixies.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Pagando tributo

JUST LIKE HEAVEN – “Tributo ao The Cure”

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Para que um álbum do tipo “Tributo a…” seja interessante, as bandas que o decidem fazer ou tem a capacidade de capturar a essência da banda homenageada e assim apresentar um releitura adequada de suas canções ou seguem o caminho do cover colocando um ou outro toque pessoal na melodia (deixando claro que, esse toque pessoal não deve ser confundido com o que alguns artistas brasileiros fazem, e fazem muito mal, impondo a qualquer música um ritmo descompassado de bossa nova, samba ou mpb).

Dito isso, quero apresentar-lhes esse excelente tributo ao The Cure lançado pela American Laundromat Records. Esse álbum começa a se destacar pelo lineup que fez toda a toda a diferença para a qualidade musical. E não poderíamos esperar nada menos de bandas como The Wedding Present, Dean & Britta, The Brunettes só para dar uma idéia do que você ja pode esperar.

Just Like Heaven mescla com maestria os dois caminhos que comentei para um excelente tributo. De um lado, a essência de “Friday I´m in Love”, por exemplo, foi devidamente capturada e libertada numa releitura belíssima de Dean & Britta. De outro, a estrutura de “In Between Days” não se perdeu no “cover” de guitarras mais instigadas de Kitty Karlyle.

Resumindo, descubra como é muito bom pagar um bom tributo!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Inenarrável

THE NATIONAL – “High Violet”

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O prazer de ouvir uma banda como The National é algo que beira a impossibilidade de ser descrito verbalmente.

Uma sonoridade robusta, marcante, de personalidade definida e intensa, conduzindo o ouvinte a nuances de sentimentos e sensações de forte impacto.

Com referências similares a seu contemporâneo Interpol, bebendo na fonte do pós-punk nesse álbum e executando suas bases com maestria, The National se distingue do seu “primo-irmão” de Nova York em alguns pontos.

Se Interpol carrega uma certa visceralidade sonora, em The National sobressai a intensidade melódica.

Se Interpol trabalha a criatividade musical com guitarras e baterias de identidades marcantes e singulares, The National cede espaço ao lúgubre e ao vigor do paredão sonoro construído com sons graves, belos e bem definidos.

Se Interpol lhe agradou, se encante ainda mais com The National.

The National Official Site

The National no MySpace

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