domingo, 31 de julho de 2011

Coisa de Fã

THE SMITHS - “The Complete Box Set”

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No álbum Strageways, Here We Come, mais especificamente na belíssima faixa “Paint of a Vulgar Picture”, Morrissey canta algo como “relance, reembrulhe, reedite as músicas, ponha capa dupla com foto…” para satisfazer os fãs.

Bem, e foi exatamente isso, com algumas coisas a mais, que foi feito nessa super caixa dos Smiths. Na verdade, eles conseguiram instigar fãs como eu, assumidamente, incondicional desse ícone do pop britânico e uma das referências da música mundial.

Com a supervisão de Johnny Marr, essa caixa traz em versões remasterizadas a partir dos originais de:

  • todos os 8 álbuns lançados em CD imitção de vinil em capa formato especial
  • todos os 8 álbuns lançados em vinil (sendo 5 vinis simples e dois duplos)
  • a coleção complete dos 25 singles lançados pela banda (incluindo raridades)
  • um poster com a replica de todas as capas de álbuns e singles
  • o DVD The Complete Picture de vídeos
  • um livreto
  • poster individual de cada capa dos álbuns

É claro que essa é uma versão limitada (3.000 cópias) e todas numeradas. Coisa de fã!

Eu já fiquei alucinado. Já imaginei essa caixa chegando em minha casa e eu passando semanas me deliciando com ela, mas para ter acesso a tudo isso você precisa desembolsar a bagatela de ₤ 249,99 (o equivalente a R$ 640,00), pela caixa mais ₤ 80,25 (R$ 205,00) de frete, ou seja quase R$ 900,00. Ufá…haja fanatismo nisso tudo!

Se você está entre esses afortunados e fanáticos, a caixa será lançada em outubro, porém a pré-venda já se iniciou no Rhino.co.uk.

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Musique Fantastique

MELANIE LAURENT - “En T´Attendant”

melanie laurent- en t'attendant -- frontCertamente você conhece Melanie Laurent das telas. Ao menos se já assistiu ao filme “Bastardos Inglórios” a sua mente tem que ter registrado essa bela francesa de olhos meigos, “pedintes” e desejosos, esse rosto de traços marcantes e sedutor.

imageO que bem possivelmente você não percebeu no filme foi a voz sua (e naquele filme e com esse rosto a voz não é algo que vai ser percebida). Porém, agora você terá a trilha sonora das suas “viagens” mais agradáveis, pois Melanie Laurent acaba de lançar seu debut En T´Attendant.

O álbum mantém uma aura intimista e suave do começo ao fim, com toques de melancolia não apenas pela belíssima voz da atriz-cantora, mas pelo piano singelo ou o violino que marca presença e toca fundo no alma, entre outros exemplos.

O casamento entre a melodia, a cadência, o idioma francês e a interpretação de Melanie Laurent nos transporta a um “mundo” paralelo, onde ela se encontra sentada num canto, olhando para a janela com a luz do por do sol atravessando uma cortina de seda branca e invadindo uma sala com móveis de madeira escuro, enquanto uma lágrima do sentimento ali cantado parte de olhos carentes, escorre, plasticamente, pelo belo rosto lívido e termina num lábio vermelho intenso e sedutor.

A sua viagem pode até não ser essa, mas a trilha sonora, isso sim será.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Never Ending Surprises…

REGINA SPEKTOR - “Begin to Hope”

image A primeira faixa já te prende, ainda que te leve a referências conhecidas ao estilo Dido. A segunda faixa também te prende, pelas mesmas referências, mas com algo a mais..um vocal incrível.

image E assim você vai se envolvendo com Begin to Hope, quarto álbum dessa russa, nascida ainda na época da ex-URSS, mas radicada nos EUA, Regina Spektor. Mas, de repente, não mais que de repente a sonoridade vai ganhando uma personalidade diferente. Melodias mais marcantes, mais intensas, mais profundas e, ao mesmo tempo doces, agradáveis.

De repente o lado pop se esvai e em seu lugar um piano ocupa seu lugar e a voz desta russa domina e nesse ponto você já está entregue ao encanto de Regina Spektor.

Ela conseguiu um equilíbrio pra lá de perfeito numa mescla entre o pop, folk, elementos de jazz e uma certa “liberdade experimental” sem perder a noção do agradável em nenhum momento do álbum, mesmo cantando certos trechos em russo (vide faixa “Apres Moi”).

Em algum momento você pode até se perguntar se ainda estará ouvindo o mesmo álbum da primeira faixa ao chegar ao final, mas certamente você se encantará com todas as nuances e terá a certeza de que você precisa ouvir esse álbum de novo.

Não perca mais tempo, ouça já Regina Spektor Official Site ou MySpace

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Monstrinhos do bem…

MONSTERS ARE WAITING - “Fascination”

image A capa traz uma boa semelhança com o álbum Plastic Letters do Blondie, o que evidencia uma certa vibe 80´s no som desse quarteto da Califórnia. Mas, não espere a mesma cadência do Blondie, a levada aqui é outra.

O Monsters Are Waiting vai numa linha indie-rock / indie-pop com uma certa dose “soturna” na sua sonoridade em algumas faixas (nada que chegue ao ponto do calafrio, não é isso), mas existe uma pitada alternativa. E o vocal de Annalee Fery ajuda muito nisso tudo.

Tem canção que os caras “erram” um pouco a mão, como em “Don´t Go”, mas ainda assim tem algo de interessante nesse primeiro álbum.

Entendam o que é Monsters Are Waiting no MySpace

sábado, 23 de julho de 2011

Vivenciando o ídolo…

Quando eu era adolescente alguns dos meus ídolos musicais já haviam morrido. Comentávamos sempre em nossas rodas de amigos, nos ensaios da banda em que eu tocava ou nos clubes onde íamos dançar “como é demais esse ou aquele som…e o vocalista ou baixista ou qualquer outro membro suicidou-se em 66 ou morreu de overdose em 78 …” tempo longe de nossas referências.

image Mesmo com esse fantasma das “mortes célebres” do mundo música rondando os álbuns dos nossos ídolos, a sensação de saber da perda de um integrante não nos afetava. Pelo contrário, de certa forma criava um glamour.

A nossa relação com eles era auditiva. Ouvíamos a banda, cantávamos a banda, mas mantínhamos um “distanciamento empírico do objeto”, como dizia um professora de Sociologia. Não tínhamos vivido a banda e isso nos mantinha incólumes, eu diria.

A primeira vez que senti um impacto verdadeiro da perda do ídolo foi com o anúncio do fim dos Smiths. Aquela sim, era uma banda que eu desejei como nunca ve-la ao vivo. Não foi possível! Saber que não mais seria agraciado com canções e álbuns tão fantásticos como The Queen is Dead ou Strangeways, Here We Come me deu mais apego aos álbuns e canções existentes (daí talvez a minha grande ligação com The Smiths).image

Ainda assim, vivenciar a morte do seu ídolo, aquele que você viu ao vivo no show, com quem cantou as canções em conjunto e que fazia você se sentir especial ao estar presente naquele espetáculo, isso tudo, eu vivi mais tarde com Kurt Cobain, Renato Russo e hoje, novamente, com Amy Winehouse.

A surpresa veio não pelo fato em si, algo infelizmente já esperado, mas pelo comentário numa conversa com meu vizinho horas antes de saber da notícia (falamos sobre ela e meu comentário foi “ruim ou bom, ainda bem que a vimos ao vivo, pois não sei por quanto tempo estará aqui”).

Sensação do cenário musical desde o seu precoce e arrebatador início de carreira, Ms. Winehouse já figura entre aquele lista dos astros de curta existência e eterna veneração e referência (eg. Ian Curtis do Joy Division, Sid Vicious do Sex Pistols, etc).

Amy Winehouse fará falta. Seus álbuns, suas canções (mesmo com apresentações pobres) já marcaram o seu momento indelével. E deixou aquela expectativa do próximo álbum, que não veio e não virá, mas ainda temos a que nos apegar, felizmente!

Que a sua viagem seja tranquila, Amy!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O Pop Rock que surpreende

COMPANY OF THIEVES - “Ordinary Riches”

image Ao ouvir que determinada banda toca pop-rock o que passa na sua cabeça? Que referências você tem? Positivas ou negativas?

Isso não importa. O ponto aqui é que tudo isso será ampliado, modificado e impactado logo após você ouvir Company of Thieves e seu debut Ordinary Riches.

Esse quarteto de Chicago conseguiu colocar “pitadas adicionais” de outros estilos compondo um indie-pop-rock com personalidade, que agradará a muitos, porém sem cair na mesmice desse mundo.

A mescla eclética (e aqui entendam “eclético” no sentido acadêmico das melhores fontes) do Company of Thieves é muito bem arquitetada, combinando cadências que surpreendem a cada faixa e tudo valorizado pela excelente e distinta voz de Genevieve Schatz.

Se ainda ficou dúvida, reforço…Confiram!!!

Company of Thieves no MySpace

Company of Thieves Official Site

domingo, 17 de julho de 2011

Pelo inusitado, vale…

TARTU POPI JA ROKI INSTITUUT - “Madise Margikoku”

imageEu estava no início das minhas aulas de inglês, lá no início da minha adolescência, quando me associei a um clube de correspondência chamado I.P.F (International Pen Friends). Isso seria o equivalente ao atual Facebook ou MSN, porém o meio de comunicação, obviamente era a carta.

Era a maneira que havia para conhecermos um ou outro “amigo” de outro país. Naquela época, me correspondi com um rapaz da Estônia, de quem nunca mais recebi nada, nem carta, nem email, nem sinal de fumaça. Aquela havia sido a primeira vez que, efetivamente tive contato com aquele país (que na época era uma das ex-repúblicas da URSS).

Entretanto, meus Caros, nunca diga nunca! E não é que, literalmente, ouvi algo sobre aquele país? Ou melhor ouvi algo daquele país, essa banda Tartu Popi Ja Roki Instituut ou algo como Instituto Tartu de Pop e Rock (até o nome é impagável, não é?).

Pois bem, o que vem a ser isso? A sonoridade é algo bizarro, como não poderia ser diferente, até porque os caras cantam na língua local (seja lá que idioma é esse), o que torna tudo mais intrigante. O som tem uma aura retrô – jogo de vocais, instrumentos “limpos”, teclados 70´s.

Obviamente, a quantidade de informação sobre Tartu Popi ja Roki Instituut é bem restrita. O que descobri é que Madise Margikoku é o debut e até agora o único álbum lançado e a página no My Space foi feita por um fã. E Tartu é o nome da segunda maior cidade da Estônia.

Ja nüüd, Daamid ja härrad, Tartu Popi Ja Roki Instituut.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O outro lado “da Casa”

HUGH LAURIE - “Let Them Talk”

image Eu, você e milhares de outras pessoas ficaram familiarizados com Hugh Laurie revestido da pele do famoso, brilhante e, na maioria das vezes, desequilibrado Dr. House no seriado de mesmo nome (isso sem falar da sua extensa filmografia).

Esse ator britânico superou as expectativas e fez deste seriado um sucesso e mudou até a maneira de se perceber humor, já que mesmo image dentro das tensões do hospital e pacientes à beira da morte, a sagacidade de Mr. Laurie nas suas tiradas é algo impagável.

Eu, você e milhares de outras pessoas também ficarão surpresos ao descobrir que esse ator britânico é também um cantor de blues do mais alto gabarito. E não um blues qualquer, comercial apenas para fazer firula em rádios da moda. O cara foi beber na fonte do melhor blues de New Orleans, incorporou a personagem (como um grande ator o faz, e isso ele sabe fazer muito bem) e desfilou seu talento marcado por um piano dedilhado pelo próprio Hugh Laurie em 15 faixas excelentes de clássicos do Blues nesse debut “Let Them Talk”.

A seriedade com que ele encarou esse novo projeto, a sua dedicação e o respeito às faixas ali regravadas, aos músicos que o acompanharam (Tom Jones, Irma Thomas pra citar alguns) e à sua própria performance, concederam uma qualidade digna de aplausos (vejam o vídeo abaixo para sentir tudo isso e leiam no site as palavras de Hugh Laurie e façam o download de uma faixa extra).

Hugh Laurie se despiu do Dr. House e se vestiu de Hugh Laurie the Bluesman e nos brindou com mais um toque do seu talento.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Descompromissado

SURFER BLOOD - “Astro Coast”

imageUm, é um sinal. Dois, já quase vira tendência. É o que parece estar acontecendo com a nova cena indie pop americana. Uma nova tendência do resgate dos anos 80.

O The Drums (já apresentado aqui) apresentou esse novo momento do pop americano com seu álbum de estréia. Agora, outro álbum de estréia, o Astro Coast da banda Surfer Blood parece ir beber nessa fonte novamente.

Faixa após faixa o Astro Coast é um álbum que nos faz feliz. Uma sonoridade descompromissada, agradável, melódica, envolvente, enfim tudo o que pop precisa para “grudar” na orelha. E que grude bom!

As levadas típicas dos anos 80 estão lá presentes em batidas marcantes e guitarras levemente distorcidas, porém altamente agradáveis e com um certo “toque surf rock” (seria daí a inspiração para o nome da banda?).

Seja uma tendência ou não, Surfer Blood é uma grata surpresa vinda da terra do Tio Sam.

Confiram no MySpace e façam o download grátis do primeiro single deste álbum no site da banda.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Ruidosa Sensibilidade

CRYSTAL STILTS - “In Love With Oblivion”

imageO primeiro álbum do Crystal Stilts, banda americana do Brooklin, tinha sua base sonora num “paredão ruidoso” de distorções shoegazers dignas dos escoceses do Jesus and Mary Chain no álbum Psychocandy.

Nesse novo trabalho, porém houve um pequeno ajuste nesse quesito. Não que o Crystal Stilts tenha abandonado sua espinha dorsal das distorções, ao contrário ela está lá presente, porém mais lapidada. Aliás de maneira tão talentosa que fez esse álbum ser um daqueles que não pode faltar no seu playlist.

As distorções seminais agora dividem espaço com um cadência melódica bem anos 80 somada com uma levada meio 50´s-60´s em algumas faixas ao estilo de Cramps e Raveonettes.

Os vocais continuam na linha etérea com uma reverberação soturna, outra marca registrada desta banda, o que confere ainda mais dramaticidade as faixas deste álbum.

Conheçam mais no Crystal Stilts Official Site ou no MySpace

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