sábado, 23 de julho de 2011

Vivenciando o ídolo…

Quando eu era adolescente alguns dos meus ídolos musicais já haviam morrido. Comentávamos sempre em nossas rodas de amigos, nos ensaios da banda em que eu tocava ou nos clubes onde íamos dançar “como é demais esse ou aquele som…e o vocalista ou baixista ou qualquer outro membro suicidou-se em 66 ou morreu de overdose em 78 …” tempo longe de nossas referências.

image Mesmo com esse fantasma das “mortes célebres” do mundo música rondando os álbuns dos nossos ídolos, a sensação de saber da perda de um integrante não nos afetava. Pelo contrário, de certa forma criava um glamour.

A nossa relação com eles era auditiva. Ouvíamos a banda, cantávamos a banda, mas mantínhamos um “distanciamento empírico do objeto”, como dizia um professora de Sociologia. Não tínhamos vivido a banda e isso nos mantinha incólumes, eu diria.

A primeira vez que senti um impacto verdadeiro da perda do ídolo foi com o anúncio do fim dos Smiths. Aquela sim, era uma banda que eu desejei como nunca ve-la ao vivo. Não foi possível! Saber que não mais seria agraciado com canções e álbuns tão fantásticos como The Queen is Dead ou Strangeways, Here We Come me deu mais apego aos álbuns e canções existentes (daí talvez a minha grande ligação com The Smiths).image

Ainda assim, vivenciar a morte do seu ídolo, aquele que você viu ao vivo no show, com quem cantou as canções em conjunto e que fazia você se sentir especial ao estar presente naquele espetáculo, isso tudo, eu vivi mais tarde com Kurt Cobain, Renato Russo e hoje, novamente, com Amy Winehouse.

A surpresa veio não pelo fato em si, algo infelizmente já esperado, mas pelo comentário numa conversa com meu vizinho horas antes de saber da notícia (falamos sobre ela e meu comentário foi “ruim ou bom, ainda bem que a vimos ao vivo, pois não sei por quanto tempo estará aqui”).

Sensação do cenário musical desde o seu precoce e arrebatador início de carreira, Ms. Winehouse já figura entre aquele lista dos astros de curta existência e eterna veneração e referência (eg. Ian Curtis do Joy Division, Sid Vicious do Sex Pistols, etc).

Amy Winehouse fará falta. Seus álbuns, suas canções (mesmo com apresentações pobres) já marcaram o seu momento indelével. E deixou aquela expectativa do próximo álbum, que não veio e não virá, mas ainda temos a que nos apegar, felizmente!

Que a sua viagem seja tranquila, Amy!

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