domingo, 30 de outubro de 2011

Simples e Feliz

STARS – “Heart”

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O dia estava horroroso. Nublado, cinzento, com garoa, perfeito para ficar em casa.

Olhei para o MP3 e procurei por algo novo para ouvir. Como tinha acabado de baixar Stars eles foram os escolhidos. E acho que os céus ouviram as minhas preces, pois ao ouvir o som dessa banda de Toronto foi como se o céu se abrisse num belo dia ensolarado de domingo.

A espinha dorsal é um indie pop na sua vertente mais melódica, porém um indie que passeia por nuances tão distintas e intrigantes quanto synth pop, psicodelismo e até elementos suaves do dream pop.

Stars consegue nos envolver numa nuvem de tranquilidade, não importando a tempestade que se apresente.

Para resumir….belíssimo!

Stars Official Site

Stars no Myspace

sábado, 29 de outubro de 2011

Válvula de Escape

MATES OF STATE – “Mountaintops”

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O trânsito é uma constante nessa cidade (São Paulo), assim se faz necessário um válvula de escape para fugir dele, nem que seja no plano mental apenas.

Nesse caso específico Mates of State foi além de simplesmente ser a fuga para o trânsito. Foi o portal para um mundo paralelo cuja atmosfera está infectada de gases que nos intoxicam com uma alegria inocente e singela, trazendo uma vontade de dançar, cantar, pular, sorrir, sem motivo aparente. Quer dizer, o motivo é a sequência de faixas maravilhosas do mais recente álbum da banda, Mountaintops, que traz toda a vibe Eletro 80´s numa roupagem indie numa perfeição além dessa galáxia.

Algumas faixas desse álbum bem se encaixariam como trilha sonora de um possível remake do filme “Garota Rosa Shocking”. E se você já viu esse filme vai encontrar aquela aura nesse trabalho do Mates of State e por tudo isso, Mountaintops é imperdível!

Mates of State Official Site

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O que há de errado com o domingo?

SUNDAY MUNICH – “Pneuma”

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Os Europeus tem uma relação intrigante com o domingo quando se trata de música (vide “Everyday is like sunday” – Morrissey ou “Sunday Bloody Sunday” – U2), mas pelo visto essa relação atravessou o oceano e atacou os EUA que trazem Sunday Munich, banda de Chicago.

Ao descobrir Sunday Munich foi automático tal nome me remeter a uma tarde cinzenta, suavemente fria, sem cores, algo muito semelhante com a abertura do DVD TRilogy do The Cure, embora esse tenha sido gravado em Berlin. Só não esperava que o Prozac fizesse parte do kit (e está lá quase literalmente).

O álbum Pneuma se inicia com a faixa que leva o nome “Prozac” e estejam seguros que angústia dos vocais de Sarah Hubbard quase te fazem pedir por um.

Mais intenso ainda é que na sequência a faixa leva o título de “Smallest Tragedy” e pra fechar o início do álbum temos “Home”. Uma bela trilogia, não?

A conexão literária dos títulos acaba por aí, mas não a vibe melancólica, densa e depressiva que até nos remete a angústia de Cranes com a diferença da sonoridade que embala as canções. Em Sunday Munich a linha melódica está na trilha do trip-hop. Aliás, se fosse possível desconectar o instrumental dos vocais eu diria que Pneuma poderia muito bem ser uma excelente trilha lounge.

Não se deixem levar, entretanto, apenas pela “lado negro” deste álbum, pois ele pode sim tornar seu domingo um dia interessante.

Sunday Munich no MySpace

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Criatividade Infanto-Juvenil?

OBERHOFER – “oOOoOOOo”

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Criatividade é um assunto divertidamente subjetivo e tem gente que acha que ser criativo é simplesmente ter uma idéia inusitada e ponto…está lá a criatividade em ação.

Passado esse parágrafo de “desabafo conceitual”, creio que tenha sido essa a orientação criativa que Oberhofer usou no seu álbum oOOoOOOo.

Sim, o álbum se chama isso mesmo e é também o nome de uma de suas faixas. E isso já reforça minha tese da banalização da criatividade vs ser inusitado.

No decorrer das sete faixas deste EP a banda (que pelo que consegui descobrir é um cara só…Brad Oberhofer responsável por tudo em todo álbum) tenta inovar ou melhor se diferenciar do mundo indie no qual está inserido.

A diferenciação vai por baterias com muitos tons-tons, batidas com certo contratempo e guitarras e teclados que dão o tom indie-melódico. Porém, assim como o nome do álbum, Oberhofer não evolui do seu mundo infanto juvenil e toda essa tentativa se torna placebo.

Posso até estar exagerando na dose, ja que se considerarmos apenas a vibe indie que lhe pertence, a banda até que atende bem, mas ainda falta sair um pouco da “puberdade”.

Oberhofer no MySpace

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Se os Ramones usassem saia

SHONEN KNIFE – “Free Time”

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O Punk Rock oscila da veia mais pesada, hardcore de Exploited e Stiff Little Fingers, passando por vertentes mais politizadas e ecléticas como The Clash até chegar do lado “fun” como Ramones e Toy Dolls.

Shonen Knife está bem próximo dessa última proposta. Com uma forte influência de Ramones, essa banda japonesa só de mulheres, está na estrada há muito tempo (desde 1981 para ser exato), porém nunca havia parado para ouvi-las antes e o fiz somente agora através do álbum Free Time, lançado em 2010.

Ao ouvir esse álbum você não tem dúvidas das referências das garotas e tudo fica ainda mais interessante, pois elas também cantam em japonês (o que deixa tudo ainda mais divertido).

Vale a pena conhecer, nem que seja por simples diversão.

Shonen Knife Official Site

domingo, 16 de outubro de 2011

Quero ser abduzido

THE ETTES - “Shake The Dust”

imageNunca guitarras distorcidas e batidas agressivas foram tão lindas aos olhos e tão atraentes aos ouvidos.

image The Ettes estão na estrada desde 2004. Shake the Dust é o debut desse power trio de Los Angeles e traz um mix interessante de garage rock com toques dos anos 60 na levada de algumas canções, como em “Alley Cat” e “Soft Focus”.

Isso confere uma certa “sensualidade” ao som dos Ettes, que de ET mesmo não tem nada, aliás se todo ET for como Lindsay Hames (vocal) ou Maria Silver (bateria), por favor quero ser abduzido e ainda ser transportado ouvindo Shake the Dust.

Visualmente vocês podem ver aqui, mas confiram sonoramente também e já reservem espaço no próximo ônibus espacial.

The Ettes no MySpace

The Ettes Official Site

 

Variações de alta classe

ANNA CALVI – “Anna Calvi”

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Prepare-se para se surpreender!

Isso é o mínimo que vai acontecer com você ao ouvir um álbum de variações tão bem construídas.

É dificil “categorizar” Anna Calvi já que ela se envereda por caminhos os mais inusitados nesse debut que leva seu nome.

Só para dar algumas pistas. A primeira faixa fica no instrumental. Uma guitarra que bem serviria de trilha sonora para alguma cena chave de Quentin Tarantino apresenta “Rider to the sea”.

Ali ja se percebe que a atmosfera será densa e encorpada com sonoridades marcantes.

A segunda faixa nos brinda com um baixo acentuado e a voz de Anna Calvi, que acreditem, somente vai se revelar nas canções subsquentes (mas, sejamos francos, que belo início, não?).

Aliás, a voz de Anna Calvi é algo que merece um comentário à parte, pois apresenta um vigor único. É um voz marcante, sem sombra de dúvidas, que confere um "corpo” especial para suas canções, chegando em alguns momentos a tomar uma aura épica, eu diria.

Imaginem um álbum que apresenta canções que alternam a cadência sonora dentro de um indie rock longe do trivial, e ainda tendo um vocal com as qualidades descritas acima. Não há como não se surpreender.

Anna Calvi Official Site

Anna Calvi no MySpace

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

E não é que eles ainda existem!!!

CEREBRAL BALLZY - “Cerebral Ballzy”

image Um nome chamativo, de novo, me fez ver o vídeo desses americanos de Nova York. Não tinha a menor idéia do que iria ouvir e, de repente, lá este ele, vivo, intenso, como se tivesse nascido nesse momento.

Estou falando do Punk Rock em toda sua essência 80´s Hardcore de ser.

Cerebral Ballzy não ficou na superficialidade dos ruídos de guitarras distorcidas e vocais esganiçados, como muitas bandas faziam ao se enveredar para o estilo. Os caras “captaram a essência” e a partir do nome já começaram a “chutar o pau” (ballsy significa “não estar preocupado com a aprovação dos outros”… really punk isn´t it?).

As músicas, bem as músicas você já sabe exatamente o que esperar, não é? O exemplo do clássico Punk Rock na linha de Exploited, GBH e afins.

Sim, meus Caros, é algo datado sim. Ahhh, e também é algo “batido”, até porque os caras se enveredam também para o mundo do skate, conexão total com o hardcore americano. E aí eu digo, qual o problema se o som dos caras é bom?!.

BE BALLZY!

Cerebral Ballzy no MySpace

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Com exclusividade…

JANE “SPIDER” HERSHIPS - “Things We Liked to Hold”

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Imagine um ambiente de bar. Você está no centro deste bar, e só você sentado numa cadeira, algo como um clube privê somente para você e à sua frente um palco com uma iluminação à meia luz.

Neste palco uma mulher, no mínimo interessante, encontra-se sentada num banquinho, com um microfone à frente. E suas mãos vão se deslizando pelas cordas de um violão, trazendo uma melodia acústica com elementos folk, acentuada pelos vocais que enfatizam ainda mais essa intimidade através do perfeito equilíbrio entre o sussurro e a voz enfática.

Imaginou? Claro que sim! O que possivelmente você não incorporou no seu imaginário foi Spider, codinome usado por Jane Herships no mundo musical.

Essa americana conseguiu criar um ambiente intimista de características tão arraigadas que, ao ouvir suas canções, temos a sensação nítida e transparente de que ela canta para nós com exclusividade.

Jane Herships tem três álbuns lançados, porém o mais recente eu ainda não o ouvi, mas isso não é um problema, pois encontro-me envolto nas melodias de Things We Liked to Hold, o qual indico sem medo algum de invadir a sua privacidade.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Positivo Ponto de Inflexão

BAT FOR LASHES – “Fur and Gold”

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Os Marketeiros de plantão conhecem bem o gráfico de ciclo de vida de um produto. É aquele gráfico cujo formato lembra uma “montanha”.

Vocês devem estar se perguntando o porque de eu falar de um gráfico nesse post. É que ao ouvir Bat for Lashes e a eclética nuance de estilos do álbum Fur and Gold foi essa a imagem que veio à minha mente para explica-la.

E o curioso é que a mudança de estilo começa a ocorrer justamente no ponto de inflexão do álbum, ou seja, por volta das faixas cinco e seis, na metade do álbum.

Sigam meu raciocínio. Natasha Khan, a responsável por Bat for Lashes, tem uma ascendência paquistanesa por parte de pai. E isso explica o lado “místico” que inicia esse seu primeiro álbum. Não chega a ser um misticismo arraigado, de uma “orientalidade intensa”, mas os elementos presentes conferem um toque especial às primeiras faixas de Fur and Gold.

De repente, os elementos místicos abrem espaço para um sonoridade mais conhecida de quem curte um adult pop. Batidas mais marcadas ocupam os espaços onde antes ecoavam as notas do Cravo.

Mas, calma, tudo isso dura apenas algumas faixas, pois ao se encaminhar para o final do álbum, as canções de Bat for Lashes ganham uma aura alternativa, de uma suave dose minimalista, de sensações mais intensas e igualmente incríveis como todas as “demais fases”.

Bat for Lashes conseguiu transitar entre diversos estilos sem se perder, mantendo a unicidade do álbum, nos conduzindo por “roteiros” incríveis e igualmente agradáveis.

Bat for Lashes Official Site

Bat for Lashes no MySpace

 

domingo, 2 de outubro de 2011

Uma ponte interessante

ELEANOR FRIEDBERGER – “Last Summer”

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A começar pela capa deste álbum já nos conectamos com a “ponte no tempo” que Eleanor Friedberger nos apresenta em seu debut.

Essa ponte nos remete às referências dos 60´s e 70´s e essa capa não nega isso (aliás me lembra muito uma capa da Patty Smith). Mas tais influências não ficam apenas na capa, elas invadem faixa a faixa deste álbum.

A ponte ocorre não apenas pela viagem ao passado, mas justamente pelo conexão com as bases do presente.

Eleanor Friedberger usufrui das referêncis da época e implementa uma certa releitura, criando assim uma versão “atualizada” daquela época com canções mais encorpadas, numa “roupagem indie”, mas sem se desconectar das raízes.

A contar por esse debut, Ms. Friedberger tem muito a dizer.

À Flor da Pele

DEVICS – “My Beautiful Sinking”

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Diga-me como foi sua infância e lhe direi como serão suas canções. Esse ditado, apesar de ser de gosto duvidoso, serve perfeitamente para esse post.

Sara Lov é norte-americana e teria uma vida convencional se não fosse o divórcio de seus pais e uma forçada mudança para Israel, onde foi morar com seu pai. Pelo visto, a mudança para aquele país não foi lá algo muito interessante, do ponto de vista, pessoal. Entretanto, seguro que esse período de sua vida, fez com que Sara Lov trouxesse a dor, a angústia, a melancolia à flor da pele em suas canções através do Devics.

A banda se formou nos EUA. É um duo na verdade onde Sara divide sua inspiração com Dustin O´Halloran, um multi-instrumentista e vocalista esporádico.

Devics nos traz uma sonoridade madura, decididamente para os “grown-ups” que procuram músicas que os envolvam em melodias bem construídas, com cadências intensas, numa aura angustiante sim, às vezes, mas numa beleza sonora indescritível.

Um adult pop na estrutura, mas com uma essência indie que penetra nos ouvidos e preenche os vazios da alma.

Devics no MySpace

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