LOU REED & METALLICA – “Lulu”
Como sempre dizem… “O papel aceita tudo”.
A proposta parecia interessante. De um lado, a poesia alternativa e enigmática de Lou Reed e de outro a marretada do Metallica (que nem tem sido tanto, mas sempre traz surpresas boas). Uma combinação inusitada, mas com fortes indícios de um bom resultado (não à toa, o semanário inglês NME também inclui esse álbum na lista 25 albums you must hear this autumn).
O que ficou mesmo desse projeto foi uma grande decepção. Um excelente exemplo de falta de sinergia, entrosamento ou qualquer outro elemento necessário para um grupo de pessoas fazer um bom trabalho.
Não houve conexão entre Lou Reed & Metallica. Não houve harmonia sonora. Chego até a dizer que não houve atenção e dedicação e, sem dúvida, não houve inspiração.
Percebe-se, nitidamente, que o Metallica estava envolvido numa “neblina criativa” impedindo que Lars Ulrich e seus companheiros tivessem um único bom momento se quer. Enfadonho, cansativo e esqualidamente criativo, o lado sonoro do álbum não poderia ter outro complemento que a apatia vocal de Lou Reed, que manteve seu estilo, diga-se de passagem, mas jogou fora a sua energia.
Para não ser desonesto, o álbum apresenta duas ou três faixas audíveis, mas ainda assim não vale a tortura das demais, até porque trata-se de um álbum duplo.
Não se deve avaliar um livro pela capa, mas no caso de Lulu, a capa diz tudo, ou melhor…nada!