sexta-feira, 27 de maio de 2011

Se o Punk fosse Country

O´DEATH - “Home Made”

image No desenho animado “Deu a Louca na Chapeuzinho”, há um bode que canta sem parar. Na verdade ele só fala cantando, acompanhado do seu banjo no velho estilo country/folk. Vale dizer que é hilário! (veja aqui).

Pois muito bem… antecipado esse fato, o que esperar do O´Death? De um lado, você já pode ter em mente exatamente isso, uma sonoridade country-folk, com forte presença do banjo e violinos e, em muitas faixas, momentos bem divertidos. Aliás, vale dizer também que à primeira audição, esse debut lançado em 2007, depois de três anos de formação da banda em Nova York, causa estranheza, mas causa também curiosidade.

Fica-se com a percepção de que há algo ali guardado em suas faixas que vale a pena “pagar pra ver”. E vale!!!

E o algo a mais é uma levada meio agressiva, seca, típica do punk somada a uma certa melancolia do pós-punk, sob a “regência do Country”. Isso é, ao invés de guitarras distorcidas e rasgadas, temos o violino fazendo sua parte. E, no lugar de uma bateria rápida e agressiva, temos uma também rápida percussão típica do estilo country. E ao invés de vocais esganiçados, temos aquele sotaque “texano”. É, no mínimo inusitado.

Não!!! Não pare de ler esse post achando que este é mais uma daquelas bandinhas que surgem só para chamar a atenção com algo sem nexo. Não é não, ou melhor, esse primeiro álbum do O´Death não deixa isso transparecer.

A banda apresenta consistência, inovando na mescla sonora. Vale conferir, mas vá em doses homeopáticas.

O´Death no MySpace

 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Os suecos atacam de novo

NIKI & THE DOVE - “The Fox”

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A Escandinávia me pegou pelos ouvidos com bandas Pop. Bandas cujo estilo me faz ouvir à exaustão cada faixa, de cada álbum, de cada banda.

Foi assim com The Electric Pop Group ou Those Dancing Days somente para citar o que tenho ouvido ultimamente de novo.

Desta vez, a Escandinávia me pegou novamente, agora mostrando suas variedades sonoras (que continuam com aquela qualidade).

imageO “carrasco” sonoro desta vez é a banda de Estocolmo, Niki & The Dove que traz um sinth-ethereal-pop com personalidade. São músicas que prendem, não necessariamente, pela sua cadência pop, mas pela sua complexidade já que transita numa linha tênue entre o dream pop e o eletrônico sem enveredar fortemente para nenhum dos dois lados, mas também sem desagradar a nenhum dos dois públicos.

E vale dizer que muito desse encantamento vem da bela voz, da belíssima Malin Dahlström.

O que descobri até o momento é que eles lançaram dois singles, sendo The Fox, o mais recente e cuja faixa título está disponível para download grátis no site da banda.

E aqui fica a pergunta… qual será o segredo da Escandinávia?

Niki & The Dove Official Site

Niki & The Dove no MySpace

domingo, 22 de maio de 2011

Erudição Pop

AUSTRA - “Feel it Break”

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Aos 10 anos de idade aquela garotinha entra no Canadian Children´s Opera com toda a intenção do mundo de seguir carreira na música clássica. Tudo parecia ir muito bem, até que de repente ela tem contato com outras vertentes musicais como o pop e a música eletrônica e se envereda numa mistura que vai agradar e muito a todos vocês.

A garotinha em questão é Katie Stelmanis, a frontgirl da Austra, banda Canadense de Toronto que, em conjunto com Maya Postepski (bateria) e Damian Wolf (baixo) absorve os elementos do tecno-pop dos anos 80, os mescla na aura mais atual do synth-pop /indie-pop dançante e arremata a receita com uma voz que impressiona pela energia e a autenticidade.

Pode-se imaginar o efeito de uma voz treinada no mundo da música erudita numa cadência musical que beira “sons de caixinha de jóias” em alguns momentos.

É, sem dúvida, algo digno de se conhecer. E comece conhecendo pelo início (desculpem o trocadilho), pois Austra acaba de lançar seu debut de onde foi tirado o primeiro single “Lose it”.

Austra Official Site

sexta-feira, 20 de maio de 2011

De graça é sempre interessante…

LIVING THINGS

E viva a internet livre!!!

Estou eu navegando pelas páginas do semanário inglês NME quando me deparo com o seguinte link “10 Best Free MP3 Downloads This Week”.

“Free” saltou aos olhos, claro, mas aí vieram algumas gratas surpresas da vida. E uma delas chama-se Living Things, banda americana de St. Louis, mas estabelecida em Los Angeles cujos irmãos Berlin são os integrantes (Lillian Berlin, Eve Berlin & Bosh Berlin).

Eles já tem três álbuns lançados e estão trabalhando num louco projeto de lançar um terceiro álbum em outubro, porém um álbum triplo com 27 faixas (alguém aí já imaginou isso?).

Essas viagens musicais quantitativas eram o chamariz para as décadas anteriores ao surgimento do CD. Lançar um álbum duplo, por exemplo, era um marco na carreira das bandas.

E não foi só a inspiração para álbuns deste porte que os caras do Living Things foram buscar naqueles tempos aureos do vinil. Suas influências passam por um revival do rock dos anos 70-80 numa releitura, mais atual, ou se preferirem, mais indie.

A primeira faixa chama a atenção. Aos poucos vai ficando duvidoso se o som deles é bom ou não, mas de repente vem “Terror Vision” que se destaca de todas as demais faixas por um intensa dose de energia e aí prende a atenção de vez e você faz o download…FREE!!!

Tente resistir à tentação…clique no link acima e tire suas próprias conclusões.

Living Things Official Site

Memórias Eletro Pop

MEMORY TAPES - “Seek Magic”

imageÉ, meus Caros, o mundo musical não está mais globalizado. Creio que ele entra, ou melhor, já entrou numa nova fase que, por falta de uma palavra melhor, eu o denominaria de “intertwined”, algo como “tudo junto ao mesmo tempo agora não importa onde”.

Digo isso porque ao ouvir duas faixas deste álbum do Memory Tapes, automaticamente, me veio à mente aquele grupo de bandas francesas de eletro-indie-pop como Air, por exemplo. Isto é, canções numa cadência eletrônica, levemente dançante, porém com a suavidade indie que lhes são peculiar.

E, de onde vem o “intertwined”? Vem do fato da presença de outras nuances sonoras nas influências desta banda como um dream pop ao estilo de School of Seven Bells, conferindo uma aura intimista e especial a este álbum.

A maneira como explora o conjunto de vozes, vide faixa “Bycicle”, é a trilha sonora de uma viagem onírica das melhores.

Essa “banda de um homem só” que atende pelo nome de Davye Hawk virou um hitman quando seu single “Bycicle” chegou a 1 milhão de hits na internet em apenas 24 horas em 2009.

Já está chegando o seu segundo álbum, mas por enquanto, tenho muito magia para descobrir em Seek Magic ainda.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ainda não descobri

THE STROKES - “Angles”

image Quando os Strokes surgiram foi um rebuliço. Todos comentavam sobre esses caras de Nova York (e ainda tinha um integrante brasileiro).

Ouvi o primeiro álbum e fiquei na espera do segundo para tentar descobrir a que veio os Strokes. Ouvi o segundo álbum e, sinceramente, parei por aí.

Agora, por conta do Planeta Terra Festival e dos comentário da vinda deles para cá e, claro, por conta também do lançamento de mais um álbum, resolvi ouvir Angles.

E não é que desta vez eu continuei me fazendo a mesma pergunta: qual é a destes caras?

Angles até começa bem com “Machu Picchu”, mas de repente entra numa vala e só volta a soar interessante de novo em “Taken for a Fool”.

O álbum é muito irregular, algo como se a banda fosse fazendo colagem de faixas esquecidas numa gaveta. Sem coesão sonora o álbum vai minguando.

Como ocorre na maioria das vezes, é possível que ao vivo esse álbum renda melhor (ao menos é o que eu espero), mas o álbum por si só continua sem deixar uma marca The Strokes.

The Strokes Official Site

segunda-feira, 16 de maio de 2011

É pra matar mesmo

REVEREND BIG O - “Songs to Kill Your Lovers By”

image Nunca o nome de um álbum esteve tão conectado com a sua essência musical. Na verdade é possível ir um pouco além de “matar o seu amor” e até se matar de tanta expectativa por músicas que parecem que nunca começam e, de repente, acabam.

O nome deste álbum foi o que me chamou a atenção. Sem dúvida, imaginei algo melancólico até porque a banda é sueca. Uma coisa, porém é melancolia com melodia. Outra coisa bem diferente é a melancolia pela quase ausência da melodia.

As música são lentas, tranquilas e introspectivas, o que seriam características muito positivas, mas não são envolventes. Falta uma pitada melódica ao menos para esse álbum da banda.

E não se deixem enganar pelas duas primeiras faixas do MySpace, elas não são deste álbum.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Campanha de Vacinação

THE VACCINES - “What Did You Expect From The Vaccines”

image Faço parte daquele grupo de pessoas que, ao ouvir uma música que agrada muito, a repete e repete e repete infinitas vezes (sim, é um pleonasmo proposital) e o mais incrível é que a cada audição mais a vontade de ouvir novamente fica evidente e assim sucessivamente.

Lá estava eu entrando em contato com as primeiras confirmações do Planeta Terra Festival de 2011 e me deparo com The Vaccines, banda inglesa, de Londres, formada no ano passado por Justin Young (vocals e guitarra), Árni Hjörvar (baixo), Freddie Cowan (guitarra) e Pete Robertson (bateria) e que acaba de lançar seu debut.

De repente estou envolvido no “efeito replay” e, felizmente, não há como fugir. The Vaccines é uma daquelas gratas surpresas que ainda o Reino Unido nos concede.

Bebendo na fonte das mais melodiosas e perfeitas referências dos anos 80, The Vaccines, assim como os seus antecessores mesclam sonoridades dos anos 60 e 70, mas sem se enveredar pela “agressividade”, mas sim pela cadência melancólica.

Vou me valer de três trechos do review que a NME fez sobre esse álbum (vejam todo review da NME):

1 - “Their debut album is just too damn good to be sniff about”, algo como “o álbum deles é muito bom para ser desprezado”.

2 - “Their songs all use the same three chords. But, to resurrect an old punk cliché, they’re the right chords”, ou seja, “suas canções usam os mesmos três acordes. Mas, para resuscitar um velho cliché punk, eles usam os acordes corretos”.

3 - “It’s indie rock, and The Vaccines do it better than any young British band has done in years”  e aqui eu dou a resposta para a pergunta “What Did You Expect From The Vaccines”.

PS: enquanto escrevo esse post, ouço o álbum pela terceira vez seguida…é viciante!

The Vaccines no MySpace

The Vaccines Official Site

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Jardim das Horas ao vivo no Studio SP

Na semana passada postei sobre essa banda e seu show no Studio SP (vide post). Ontem, lá fui eu conferir ao vivo o que já havia me encantado no álbum Quarto das Cinzas.

Ao subirem ao palco, os integrantes do Jardim das Horas apenas confirmaram o que já era esperado, ou seja, envolveram a todos com aquela bela miscelânea sonora entre swing e groove dançante de um lado e uma introspecção e suavidade do melhor da música brasileira moderna do outro.

A surpresa ficou mesmo por conta da belíssima Laya Lopes, a vocalista do Jardim das Horas…(ou seria uma versão atual das sacerdotisas vestais?).

A sua beleza já era fato constatado, mas a sua presença de palco, a sua performance inebriante e sua simpatia era algo a mais a ser apreciado.

Diferente das castas sacerdotisas vestais, Laya exalava sedução e tinha em comum a “missão” de manter acesa a chama do Jardim das Horas no palco. E o fez com maestria! Tanto que os demais integrantes ficavam no seu “papel low profile” conscientes e focavam no que lhes era destinado, isto é, manter a melodia no compasso para deleite da musa do Jardim e agrado da platéia.

O Jardim das Horas nos concedeu um show fantástico, o qual não apenas não decepcionou como ainda surpreendeu.

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Copyright 2011 © Ricardo Brandao.
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Contato: ricardo.brandao@uol.com.br

Por um lado mais sombrio

The Raveonettes - “Raven in the Grave”

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Diz o ditado para não se avaliar um livro pela capa, porém, em certas ocasiões há bons indícios dos caminhos a percorrer pela obra.

Isso se aplica muito ao mais novo álbum da banda dinamarquesa The Raveonettes. Em Raven in the Grave, ou “O corvo no túmulo” temos Suse Rose Wagner e Sharin Foo percorrer caminhos sombrios e melancólicos na sua sonoridade.

Um dos pilares que estruturou os trabalhos anteriores lá está, ou seja, o noise-shoegazer das guitarras ao estilo de Jesus and Mary Chain, mas não com tanto evidência. Essas guitarras ficam num segundo plano, densas sim, mas uma densidade obscura, não mais ruidosa. Já um outro pilar, o das referêncisa 50´s e 60´s, esses foram bem sublimados, não totalmente, mas aparecem muito sutilmente.

Para os fãs inveterados dos álbuns The Chain of Gang of Love ou Pretty Black a sensação de “falta algo” em Raven in the Grave pode acontecer. Por outro lado, se você gosta da obscurida 80´s, vai curtir muito esse álbum. Eu curti!

The Raveonettes Official Site 

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