quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mais que alternativo…e do Brasil

VZYADOQ MOE – “O Ápice”

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Os anos 80 marcaram época, mesmo com todas as críticas expostas por alguns. Foi uma década de ousadia de estilos, de inovação musical, de variedade sonora, de criatividade.

Tudo isso permeou a cena musical da Europa em particular. Foi nessa época que bandas alternativas como Bauhaus, Einstürzende Neubauten, X-Mal Deutschland, Dif Juz, Collection D´Arnell-Andrea entre centenas de outras surgiram e deram o tom da década.

Do outro lado do oceano, longe desse cenário, mas não longe do estilo e das influências um nome carregava essa essência alternativa na veia. E foi aqui no Brasil.

A criatividade vem na essência da banda desde os primórdios, na formação do nome, criado através de um sorteio aleatório de letras surgindo Vzyadoq Moe.

A peculiaridade da banda ultrapassa, e muito, o seu nome inusitado. A sonoridade vislumbra caminhos até então nunca contemplados em bandas nacionais.

A bateria, por exemplo, eram latas de tintas. Isso mesmo, latas de tinta que garantiam batidas secas e de timbres inconfundiveis.

As guitarras eram distorcidamente ruidosas e perfeitamente adequadas aos vocais “falados” e intensos que declamavam rebuscadas criações literárias.

Uma banda alternativa. Uma banda nacional. Uma banda única e imperdível!

Vzyadoq Moe no MySpace

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sutilezas Intensas…

CUT CITY - “Where´s the Harm in Dreams Disarmed”

image Ao ouvirmos Cut City temos uma sensação de familiaridade com o som dessa banda, algo que nos remete a um terreno já conhecido. E não poderia ser diferente. Estamos falando dos anos 80, mais precisamente da essência do pós-punk dos anos 80.

Decupando melhor as faixas deste álbum vemos que Cut City carrega elementos bem interessantes e intensos.

Esse quarteto sueco nos brinda com uma sutil visceralidade ao estilo de Joy Division nas suas guitarras ásperas e melancólicas de um lado. Somos envolvidos por uma sutil linha melódica “pop rock” presente em nomes como The Mission ou Psychedelic Furs, mas não tão “clean” quanto essas referências.

Cut City amplifica tudo isso ao incluir uma robustez “dark wave” em sua sonoridade. Uma aura, até certo ponto, pesada, densa, melancólica, mas, sutilmente, excepcional.

Li algumas comparações entre Cut City e Interpol, por apresentarem referências em comum, porém eu diria que Interpol e Cut City não são, necessariamente, comparáveis. São contemporâneos, mas em essência essas duas bandas são, na verdade, complementares.

Se uma segue numa linha mais criativa, com arranjos mais elaborados, a outra é mais intensa e soturna. E ambas acariciam nossos ouvidos com as variações sutis do pós-punk e que merecem ser apreciadas, mas cabe uma ressalva, as “carícias” do Cut City deixar cicatrizes sutis.

Cut City no Lastfm

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Doces distorções

DEEP CUT - “Disorientation”

imageDissidências daqui, dissidências de lá e eis que o Deep Cut surgiu em 2009 com o seu primeiro álbum. Bem, esse em questão eu não ouvi, mas a se basear por Disorientation o segundo álbum desse banda de Londres, quero conhecer o debut com certeza.

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O Deep Cut vai numa linha bem interessante do shoegazer, pois as distorções das guitarras são, digamos o pano de fundo. Elas estão presentes, são notáveis, mas não são o elemento principal da  cadência melódica da banda. A propósito, a suavidade dos vocais de Emma Flint é contagiante, e não apenas sua voz, diga-se de passagem.

 

Em resumo, Deep Cut traz guitarras melodicamente distorcidas, bateria e baixo cumprindo muito bem o papel “da cozinha” e tudo na medida certa para você viajar na sonoridade da banda e se perder em sonhos nos vocais de Ms. Flint.

Deep Cut no MySpace

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Quem ve cara….

VALKYRIEN ALLSTARS - “Valkyrien Allstars”

imageNão é nada difícil deduzir o que vamos ouvir ao ver a capa desse álbum, não é mesmo? Sim, meus Caros, eu sei que “quem ve cara não vê coração”, mas o coração, a essência de Valkyrien Allstars é tão encantadoramente evidente que transcende ditados populares, quebra regras e vira exceção.

Exceção por apresentar um estilo diferente das bandas provenientes das Terras Nórdica que esse blog tem apresentado.

Quebra as regras pela combinação de estilos que, justamente, à transformam numa exceção.

Valkyrien Allstars vem da Noruega e recebeu a inspiração para o nome da banda de um restaurante em Oslo, The Valkyrien, onde eles tocavam. É de se perceber que não estamos mais falando de um trio de restaurante.

Esse é o debut, lançado em 2007, e que leva o nome da própria banda e traz um mistura muito interessante. De um lado temos elementos folk, porém com uma personalidade diferente, sem cair na mesmice e concedendo a Valkyrien Allstars uma personalidade forte.

Some-se a isso uma melodia influenciada por música celta, e da mesma forma do folk, sem cair na “vala comum” desse estilo. Uma cadência melódica digna do melhor do “pop” world music. E, como não poderia deixar de citar, eles cantam em norueguês…e isso torna tudo isso ainda mais cativante e intrigante.

Ninguém melhor do que um dos integrantes para explicar Valkyrien Allstars: “… I think it has to do with a combination of the uniquely Norwegian, which is exotic of course, and the way we draw on many different musical sources that are known everywhere” (fonte: www.listento.no).

Ficou curioso??? Então, mate sua curiosidade:

Valkyrien Allstars no MySpace

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O idioma é o de menos

LILY OF THE VALLEY - “Aquatree”

image Lily of The Valley é uma banda japonesa. Surgiu na cidade de Sendai, norte do Japão e já lançou dois álbuns. Aquatree é o segundo, lançado nesse ano.

Comecei situando geograficamente a banda, só para aumentar a curiosidade, uma vez que a banda também canta em japonês, mas isso, meus Caros, não tem a menor importância, pois a sonoridade de Lily of The Valley vai além das letras.

A vibe aqui é dream pop/shoegazer. Guitarras distorcidas, porém com certa “suavidade”, discretos efeitos eletrônicos e uma batida que preenche as lacunas na medida certa.

Se Chapterhouse tem uma vibe mais dançante, Lush inicia uma transição para uma melodia mais “onírica”, Lily of The Valley encontra-se logo após, numa levada mais amena, introspectiva, angustiada e envolvente. Canções que te levam a viagens distantes para lugares desconhecidos e, ainda assim, muito agradáveis.

Lily of The Valley no Last FM

domingo, 18 de setembro de 2011

O Clássico Visceral

BOTTOMLESS PIT – “Blood Under thee Bridge”

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O leque de referências que vem à mente quando falamos de “rock clássico” são enormes. Podem ir de Jimi Hendrix à David Bowie, passando por Rolling Stones e Led Zeppelin. Tudo depende da referência pessoal.

Estou diante de um caso desses, e tentei procurar uma descrição mais apurada, mas nada se enquadra melhor para falar de Bottomless Pit e de seu segundo álbum Blood Under the Bridge do que citá-lo como um grande exemplo, aliás um excelente exemplo do rock clássico.

Esse quarteto de Chicago faz um indie rock com uma alma encorpada. Há melodia indie encontra-se presente an passant. O foco está na essência do rock dos anos 70, mais precisamente naquele espírito “alternativo” e abrasivo ao estilo de Lou Reed.

Um belíssimo trabalho que explora as influências do rock dos anos 70 sem cair na mesmice que cerca as bandas que se aventuram por esses caminhos.

Bottomless Pit soube extrair a essência vital do estilo e dosá-la, devidamente, com a levada indie dos dias atuais, colocando esse álbum na lista dos imperdíveis.

Bottomless Pit Official Site

Bottomless Pit no MySpace

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Experimentalismo Australiano

PIKELET - “Stem”

imageAo olhar para Evelyn Morris é bem pouco provável que você tenha um indício se quer de Pikelet. Há uma certa dissonância cognitiva entre a pessoa real (Evelyn Morris) e seu codinome artístico (Pikelet).

image Não sei quem se sobrepos a quem nesse jogo id-ego, mas o resultado foi inusitado e muito interessante.

Stem é o segundo álbum dessa Australiana que passeia por um experimentalismo cativante. Pikelet consegue manter uma linha melódica mesmo com as “colagens” de instrumentos que ela utiliza. E faz um jogo de vocais que confere uma aura soturna às suas canções, algo que até me remete de certa forma a The Cranes, porém sem aquela acidez alternativa desta.

Um álbum que requer atenção e certo desprendimento das convenções, mas com certeza, de uma qualidade ímpar.

Conheçam Pikelet no MySpace.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

É com M…

MUSETTA – “Mice to Meet You”

cover Você está adentrando uma sala. Na verdade um grande salão. Ou melhor dizendo, um cabaré onde as luzes baixas e abajures espalhados tão um toque intimista e sofisticado ao lugar.

As paredes de um roxo intenso são percebidas de relance entre os sutis fachos de luz.

Poltronas vermelhas estrategicamente localizadas em cantos, mais ou menos obscuros completam a decoração e instigam os sentidos. Num dos extremos, há cortinas também vermelhas, como se escondessem ou anunciassem algo. Mas não esperem dançarinas de Can Can.

Nesse ambiente o show é de cada um se entregando de corpo, alma aos desejos ali instigados. E completando essa ambientação não poderia haver melhor trilha sonora do que Musetta.

Musetta é um duo italiano formado em Milão em 2008 e Mice to Meet You é o seu debut. Nesse álbum você encontrará uma sonoridade trip-hop, downtempo com uma pegada de jazz bem interessante e todo um toque, digamos instigante, de cabaré, aquela libido no ar.

Um álbum fantástico, diferente das referências mais conhecidas do estilo, e indispensável no seu playlist…esteja você sozinho ou acompanhado.

Musetta no MySpace

Musetta no Facebook

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Atravessando o Canal da Mancha

AXEL AND THE FARMERS - “Axel and The Farmers”

image Há músicos/bandas cuja a musicalidade é algo dificil de rotular, enquadrar em estilos pré-fixados.
Infelizmente temos essa tendência do “rótulo musical”. Tente rotular David Bowie, por exemplo, e teremos uma enciclopédia dos seus estilos.

Ao ouvir Axel and The Farmers tive a mesma sensação de dificuldade em definir o que essa banda toca. Bem, sendo assim, ao invés de rotular, vou tentar descrever.

Axel and The Farmers é uma banda meio francesa-meio inglesa (e por aqui já começa uma combinação, no mínimo intrigante). Axel Concato é o vocalista os seus Farmers são Sebastien Dousson (bass, vocals), Romuald Deschamps (drums), Barth (guitar, vocals), Arno Van Colen (keyboards, vocals), Melody Prochet (backing vocals).

Creio que este seja o debut da banda, independente disso, esse álbum já chegou com estilo diferenciado.
Aqui se percebe o toque do pop-rock dos anos 70, tendo David Bowie e Roxy Music como referências. À essa linha, acrescente-se uma pitada de psicodelismo da época e, digamos, temos a médula do som desses caras.

Entretanto, como se pudéssemos criar uma “estrutura matricial”, permeando esses “anos 70”, temos uma levada tecnopop dos anos 80 (menos pela estrutura melódica e mais pela aura).

O resultado é um grande álbum que se diferencia por sua ousadia, pela maturidade de suas canções e pela surpresa da faixa “Dance Hall” que, sem mais nem menos, assola os nossos ouvidos numa onda dançante típica de Franz Ferdinand.

Parece que a travessia do Canal da Mancha fez muito bem!

Axel and The Farmers no MySpace

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Turn Your Ear On…

TURN OFF YOUR TELEVISION - “Turn Off Your Television”

image Já abri meu coração num post sobre o quanto o pop Sueco tem sido perfeito e tem me conquistado, ou melhor, me viciado. Sendo mais específico, naquele post eu falava sobre o Electric Pop Group.

Fazendo-me repetitivo, sim meus Caros, o pop Sueco continua matando a pau e o responsável por mais uma infinidade de horas ouvindo e ouvindo seu debut é a banda Turn Off Your Television.

Aqui a sonoridade tem uma levada mais elaborada do que o Electric Pop Group, mas é tão bom quanto. O trio por trás de Turn Off Your Television faz uma mescla interessante de referências 60´s-70´s-80´s, num indie-pop bem elaborado, com nuances folk, uma certa aura “acústica” e tudo isso embrulhado numa cadência melódicao que é um verdadeiro presente aos ouvidos.

E para ser um presente de verdade, essa pérola da música pop Sueca pode ser baixado de graça no Bandcamp.

Turn off all your devices and pay attention to Turn Off Your Television debut!

Turn Off Your Television no Facebook

domingo, 11 de setembro de 2011

Os vampiros chegaram à Suécia

VAMPYRAMIDEN - “Teenage Destiny EP”

imageEssa onda toda de vampiros uma hora tinha que chegar à música. E chegou!

E como um fenômeno mundial, tinha que chegar nos mais diversos países. E chegou!

Na verdade, essa introdução é uma mera brincadeira para preparar o seu espírito para ouvir Vampyramiden, banda de Estocolmo que, de acordo com o pouco que consegui coletar à respeito tem dois EP´s lançados, sendo Teenage Destiny o segundo EP (o primeiro chama-se Tåglånet).

E por que se preparar? Bem, sinceramente não sei se vampiros fazem parte do repertório da banda, já que eles cantam em Sueco, mas a sonoridade é uma combinação intrigante de estilos (até difícil de mencionar) mas tudo com forte levada pop. Se pudesse, sintetizar eu diria que é um alternative-pop.

É no mínimo diferente e podem ficar tranquilos que não é algo para tirar o sono.

O EP Teenage Destiny pode ser baixado de graça no Bandcamp da banda.

Preparem o alho para Vampyramiden.

sábado, 10 de setembro de 2011

Contando Carneirinhos…

 

DIVERSOS - “Sing me to Sleep”

imageÀ distância a combinação de Sing me to Sleep tinha tudo para desandar a massa do bolo e espantar qualquer carneirinho do seu sono. Mas, o que seria da vida sem as surpresas, não é?

No mínimo, algo sem graça.

E para por ainda mais “graça” nisso tudo apresento aqui a minha surpresa, ou melhor, a supresa que tive ao ouvir o álbum Sing to me Sleep – Indie Lullabies.

Há uma gravadora americana chamada American Laundromat Records especializada em álbuns de covers e compilações. Essa gravadora resolveu lançar um álbum inusitado (em inglês há uma palavra que se encaixa melhor para o conceito: whimsical, algo como “estranho ou pouco usual ,porém agradável”).

E o que há de “whimsical” nessa compilação? Juntaram-se bandas do mundo indie-pop para trabalharem em covers num tom, digamos, de canção de ninar (aqui o primeiro whimsical).

As canções escolhidas contemplam uma variedade bem heterogênea, por assim dizer. Englobam Beatles, Kate Bush, This Mortal Coil, The Smiths, isso do lado das bandas, mas além disso, incluem clássicas canções como “Inchworm” de Hans Christian Andersen (escritor do séc. XIX), “Pure Imagination” do filme “A Fantástica Fábrica de Chocolates” e “Gymnopedie no. 1” do pianista francês do séc XIX Erik Satie. (e aqui o segundo whimsical).

E fechando a série inusitada, esse álbum foi premiado com o título de Melhor Álbum Infantil de 2010 pela NAPPA (National Association of Parenting Publications), o selo de Excelência da Creative Child Magazine e toda a renda adquirida com esse álbum será revertida para a The Valerie Fund, uma instituição que cuida de crianças com câncer e doenças do sangue.

É ou não é uma grande surpresa se deparar com um álbum com essas características? Surpresa mesmo você terá ao ouvi-lo. Sendo assim, aproveite para fazer sua boa ação, acesse o site da American Laundromat Records, baixe o seu e já comece a contar os carneirinhos.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Além dos comerciais de TV

ASELIN DEBISON - “Sweet is the Melody”

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É bem provável que você não conheça essa garota pelo nome (pelo menos eu não a conhecia), mas certamente você a reconhecerá pelo comercial do Mercado Livre, cuja a trilha foi cantada por ela.

As referências musicais dessa Canedense de 21 anos foram além de uma trilha sonora para uma propaganda de TV. Enveredaram-se por caminhos folk-pop e nisso já se vão três álbuns lançados por ela.

Sweet is the Melody é o debut de Aselin Debison lançado em 2002, quando tinha 12 anos de idade. O álbum tem duas vertentes, eu diria. Quando ela se direciona para o pop mais “clássico” de cantoras adolescentes norte-americanas não chama tanto a atenção assim (até porque o estilo em si é bem “água com açucar”).

Por outro lado, ao se dedicar às influências folk aí sim esse álbum ganha seu valor. Canções como “Moonlight Shadow”, “Driftwood” e “Some Days” (que aliás até lembra a levada de Jack Johnson) são exemplos daquele sonzinho descontraído, descompromissado, bom de se ouvir como puro entretenimento.

Há que se destacar nesse álbum a excelente versão para o medley do cantor Havaiano Israel Kamakawiwo´ole.

Aselin Debison já tem na bagagem quatro álbuns lançados, sendo o último de 2010 chamado Homeward Bound. Não sei há quantas anda o som dessa garota, mas Sweet is the Melody merece ser ouvido, de novo, pelo seu lado mais folk.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Baby Voice…

INGRID MICHAELSON - “Everybody”

image Ao olhar a foto de Ingrid Ewe Ellen Egbert Michaelson, ou simplesmente Ingrid Michaelson, vem à mente a seguinte frase: “mais uma cantora ao estilo pop de Lenka, Kate Nash ou Lily Allen”.

Bem, em princípio, foi exatamente isso que me surgiu à mente e, embora para alguns isso possa causar o efeito dos pólos iguais, ou seja, repelir a cantora, comigo foi o contrário. Na hora pensei “humm mais uma cantora do pool jovens talentos…vamos conhecer”.

E já adianto, ainda bem que o fiz.

Não desaprovo as outras musas do estilo indie-teen-adult-pop (que no caso de Lenka, Kate Nash e Lily Allen, o “adult” é, digamos, meramente ilustrativo). Pelo contrário, até fui ao show da Kate e foi demais, mas no caso de Ingrid Michaelson, essa dose do “adult” é mais evidente pela melodia mais comedida, mais estruturada, mais intimista, o que de cara já a coloca num patamar mais próximo, por exemplo, de Sara Bareilles.

A sua maturidade fica evidente também através das letras, as quais não fogem muito do tradicional tema do “coração partido”, mas não são espalhafatosas, com aquele tom irônico típico da adolescente que se acha madura o suficiente e faz “birra”.

Everybody é quarto álbum de Ingrid Michaelson. Não ouvi os demais, entretanto nesse álbum suas canções nos fazem prestar atenção aos detalhes, captar a poesia das letras e tudo se encaixa com mais aderência, sem conflitos etários aparentes e até instiga a conhecer os álbuns anteriores.

Ingrid Michaelson Official Site

Ingrid Michaelson MySpace

Pouco se sabe, mas muito se descobre

GARDENBOX - “Last Resort”

imageNão deveria ser algo assim tão surpreendente ouvir uma banda da Grécia, afinal já ouvi bandas da Ucrânia, Polônia, Tailandia e todas bandas muito boas. Mas, o ineditismo sempre nos causa essa sensação de UAU!!!

Bem, a surpresa mesmo não vem somente pelo fato desta banda de música eletrônica experimental ser grega, mas também pela sonoridade – uma conjunção de sons e efeitos eletrônicos que não visam apenas as clássicas batidas do genêro, mas buscam criar um ambiente, até certo ponto, soturno e minimalista.

Em algumas faixas a falta de uma linha “melódica”, digamos mais definida, pode incomodar a alguns ouvidos (o meu é um deles). Mas, a atmosfera que o Gardenbox elabora nesse álbum prende atenção, ou melhor, inebria o ouvinte, deixando-o em estado de suspense e inquietação, no aguardo do que virá no decorrer da música.

Pouco descobri sobre a banda, que foi formada desde 1998 e tem dois álbuns lançados, sendo Last Resort o mais recente.

Vale a pena se você curte o gênero. Vale a pena se você não curte o gênero. Agora, vale realmente a pena se você gosta de descobertas inusitadas.

Gardenbox no MySpace

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Quando a ausência de palavras diz muito mais

CIRCADIAN EYES - “Who We Were”

imageSublime! Envolvente! Transcendental!

Poderia enumerar uma sequência sem fim de palavras para tentar elucidar a beleza, a ternura, o sentimento a flor da pele, o aperto no fundo da alma que o piano, a melodia e a cadência das faixas deste álbum evocam em nosso espírito, mas nunca, nunca mesmo teria a capacidade de fazê-lo, pois estamos diante de uma obra prima, daquelas que raramente surgem entre os Homens… mas, sim, elas surgem.

Circadian Eyes é um projeto do músico Brian Collins. Estou ouvindo este seu primeiro álbum enquanto escrevo, mas sou obrigado a parar várias vezes e me render à ebulição de sentimentos que esta sonoridade tão marcante evoca.

Sim, os sentimentos todos estão ali, faixa após faixa. Assim como todos os pensamentos e desejos passam pela mente. E tudo isso sem uma palavra dita se quer. Uma primazia totalmente instrumental!

Os estilos são diferentes, mas não ouvia algo tão marcante assim desde a minha descoberta de Dif Juz e Dead Can Dance…e isso foi lá no final dos anos 80.

Não consigo mais escrever. As palavras me faltam…porém Circadian Eyes é a prova de que elas não são necessárias como imaginamos.

Circadian Eyes no Bandcamp

Circadian Eyes no MySpace

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Introspecção Country

THE GO ROUND - “Gone”

imageVocê começa a ouvir Gone e não há dúvidas que estamos diante de um exemplar do folk-country, porém há algo que coloca esse álbum num outro patamar.

As faixas vão se sucedendo e sem se dar conta você está numa viagem ao fundo da alma. Uma certa angústia “indie” lhe invade (e não é algo ruim, apesar de soar assim).

Esse é o pilar que leva The Go Round, banda do Brooklyn formada por Brandon Whightsel e Richard Duke, a uma categoria diferente no mundo indie-folk. As músicas não buscam uma “alegria” própria do estilo, elas passeiam, ou melhor, te conduzem a um passeio emocionado, lastimoso, sentimental e belo, sem dúvida.

Um álbum que precisa de alguns minutos de assimilação a cada faixa, mas que alimenta a alma a cada audição.

E você pode baixá-lo pelo sistema “name your price”, ou seja, pague o quanto quiser pelo link http://thegoround.bandcamp.com/. Vale a pena!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ainda temos surpresas positivas…

BELLEISLE – “Longstanding”

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É incrivel como ainda podemos nos supreender, positivamente, com alguns estilos musicais tão tradicionais, como o folk, por exemplo.

No fundo, tudo isso depende do modo como ele é trabalhado, e no caso de Belleisle o folk está pra lá de bem trabalhado.

Rebecca e sua banda mesclam o folk com elementos indie-pop e com certa aura “acústica”, o que faz com que Longstanding fique ali tocando no stereo e você fique ali sentado alimentando seus pensamentos, se perdendo em viagens pra lá de agradáveis.

Agradável mesmo, aliás, são os vocais de Rebecca que completam toda a sonoridade Belleisle na dose certa.

Sem dúvida, um álbum pra lá de fantástico.

domingo, 4 de setembro de 2011

A pluralidade de um homem só

SALTILLO – “Ganglion”

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A primeira faixa se inicia com violinos densos e intensos criando uma atmosfera introspectiva. De repente, uma batida trip hop, que nos remete a Hooverphonic, num ritmo mais acelerado ocupa seu devido espaço, mas sem suplantar a melodia dos violinos e um vocal “falado” aparece momentaneamente para quebrar o hipnotismo que essa cadência nos impõe.

E dessa forma você é apresentado a Saltillo, um projeto do multi-instrumentista americano Menton Matthews. E esse pode mesmo receber o título de multi-instrumentista, pois ele é o responsável por todos os instrumentos do álbum Ganglion, e não são poucos: violoncelo, violino, viola, guitarra, bateria, piano e baixo.

Essa aura se mantém faixa após faixa desse maravilhoso álbum até que a faixa “Remember me'” nos traz outra surpresa. A vibe muda e traz energia, guitarras e batidas intensas que te prende ainda mais.

A partir deste ponto a arquitetura sonora de Saltillo adquire uma estrutura mais complexa e encantandora que nos impede direcionar a atenção para qualquer outro assunto.

Esse foi um achado ao acaso, mas com Ganglion, essa banda ja garantiu seu lugar na minha lista dos ilustres.

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