sábado, 5 de janeiro de 2019

Pelos caminhos Germânicos

JULI - "In Love"

In Love
Decidi começar a estudar Alemão. Já era um desejo antigo que fui postergando, mas agora veio o momento. E, nada melhor do que a música para auxiliar no aprendizado de um novo idioma. 

Buscando aqui e ali sobre bandas alemãs me deparei com Juli, uma banda formada em 2000 e que tem cinco álbuns lançados.

In Love é o terceiro álbum e traz a vocalista Eva Briegel. Dona de uma voz doce que casa muito bem com o pop eletrônico desse álbum.

Para quem tem interesse no idioma alemão, as músicas tem letras básicas, até fáceis de entender (guardadas as devidas proporções do idioma, claro). E, se você não tem interesse no idioma, ouça assim mesmo, as músicas vão te agradar.

Para dar um gostinho do In Love , ouçam "Elektrisches Gefühl" e "Immer wenn es Dunkel wird".




segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Vivendo e Aprendendo

THE MEKONS - "So Good It Hurts"


Essa é uma daquelas bandas que, certamente, eu teria curtido durante a minha adolescência, se na época eu tivesse descoberto The Mekons. Afinal a banda é inglesa (original de Leeds), nasceu no final dos 70, ou seja, auge do Punk, Post Punk, New Wave, Ska e todo aquele caldeirão de estilos que originou The Clash, Gang of Four, The Fall, PIL e por aí vai.

O interessante começa justamente pela origem da banda. Ouvindo The Mekons agora, me remeteu a uma banda americana com influências de Talking Heads (que aliás nesse álbum se sobressaem). Ouvindo algo mais antigo da banda a veia Punk estava mais evidente como em "Never Been in a Riot" or "32 weeks", mas já se notava um Punk "destilado" bem ao estilo de The Fall.

Pelo que li So Good it Hurts é um ponto fora da curva da banda, mas ainda sim, me agradou e, já me interessei por conhecer os demais álbuns e entender melhor what´s all about.

Desse álbum eu destaco algumas pérolas marcantes: "Ghosts of American Astronauts" (uma levada british belíssima, melódica, cadenciada e toca na alma), "Road to Florida" (um soluço pós punk nesse álbum) e "Revenge" (viva o Ska!).

O grande ponto é que, mesmo descobrindo The Mekons somente agora em 2017, posso recomendar a todos os que sentiram certa "nostalgia" dos áureos tempos 80´s, que muitos insistem em chamar de "a era perdida"... e só posso dizer que sinto por ter perdido a chance de conhecer antes essa banda.

Ouçam a belíssima "Ghosts of American Astronauts" by The Mekons.


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Revisitando: R.E.M

R.E.M

"Fables of Reconstruction / Document / Green / Automatic for the People"

R.E.M dispensa comentários. Isso é um fato! E todos sabem (creio que até aqueles que não conhecem R.E.M).

Uma banda icônica, um dos poucos exemplos de banda Norteamericana a fazer um som com personalidade, diferenciado, autêntico e ao mesmo tempo, pop, compreensível, encantador e, principalmente, longe da "pasteurização do tio Sam" que molda uma centena de bandas numa vala comum.

R.E.M foi marcante nos anos 80 e 90. Na minha adolescência acompanhou muitos momentos, festas, reuniões de amigos... simplesmente fez parte da minha história.

Na verdade, ao revisitar esses quatro CD´s a caminho do trabalho (fugindo das repetitivas e nauseantes notícias da podridão política desse país), percebi que R.E.M continua a fazer parte da minha vida, afinal a vida é também feita das memórias... ainda mais as boas memórias, também requer os seus toques de sensibilidade, de beleza e poesia e R.E.M cumpre esse papel com maestria.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A surpresa do esperado

ROLLING STONES - "Ao vivo em São Paulo"

Ontem tive mais uma oportunidade de ver os Rolling Stones ao vivo no estádio do Morumbi em São Paulo.

Você já sabe o que vai ver no show dessa banda - profissionalismo dos músicos, atenção ao público, palco fantástico, carisma, os clássicos da banda - e com isso a gente já se surpreende.

Agora, o mais incrível é que essa banda, na estrada há mais de 50 anos, consegue surpreender além do esperado.

Primeiro tem o vigor, a energia de todos os integrantes, em especial de Mick Jagger. O cara não pára de pular, dançar e cativar a plateia durante as duas horas e meia de show.

Ron Wood, Mick Jagger, Charlie Watts e Keith Richards comandam o show do Rolling Stones em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt/G1)Os caras tocam as mesmas músicas a décadas, algumas há mais de 40 anos, e mesmo assim, eles atropelam a possível mácula da "automaticidade" de anos de experiência e apresentam cada clássico com o vigor, a energia, a intensidade e a satisfação como se estivessem tocando pela primeira vez.

Anos de estrada também não os impedem de ensaiar. Sim, eles ensaiam para os shows. É a única dedução possível para trazerem novidades ao palco, versões diferenciadas, interações inusitadas com outros músicos como eles fazem.

Foram várias as oportunidades de comprovar isso ontem à noite, mas o auge para mim foi a fantástica versão de "Gimme Shelter"... simplesmente hipnótica.

Não se poderia esperar nada além do que tudo isso dos Rolling Stones.



PS: As duas fotos (a primeira e a última) foram feitas por minha noiva e melhor companhia.







terça-feira, 30 de junho de 2015

O que um posto de gasolina pode revelar?



ARCTIC MONKEYS - "I Tunes Festival - 2013"


E, de repente, paro num posto de gasolina no meio da Rodovia Dutra, a caminho do Rio de Janeiro para o óbvio: abastecer o carro e comer algo para seguir viagem. Mas, eis que me deparo com uma prateleira de CDs e DVDs... e qual não foi a minha surpresa ao me deparar com um dvd do Arctic Monkeys - ao vivo no ITunes Festival em Londres em 2013 - nada óbvio!

A primeira coisa que veio à minha mente foi "quem vai comprar um dvd do Arctic Monkeys por aqui?". A segunda coisa que veio à minha mente foi a resposta... "eu!".

Comprei, por módicos reais e que grata surpresa esse DVD. 

Já é de se esperar, obviamente, um show fantástico desses caras, que são um daqueles ícones que surgem de tempos em tempos na cena britânica - assim como Smiths, Blur, Muse, etc.

E como o DVD inclui faixas do mais recente álbum da banda, como "Do I wanna know?" que abre o show de maneira mais que enérgica, além de clássicos como "Brainstorm", "Teddy Picke", "Arabella" é um daqueles registros que merece circular na sua coleção.

Na próxima parada para reabastecimento, busque reabastecer as suas referências sonoras também... nunca se sabe qual aditivo poderá surgir.


domingo, 14 de junho de 2015

Festival de Blues & Jazz - Parque Burle Marx

A lei de incentivo à Cultura tem as seus males e suas anomalias, como tudo o que é do Governo aqui no Brasil. 

Acordos de conchavos e patrocínios questionáveis a certos projetos, como DVD do então Ministro da Cultura Gilberto Gil, o qual ainda ganharia com a venda do referido DVD.

Por outro lado, a mesma lei proporciona à população momentos marcantes com diversão e cultura, como foi o caso do Festival BB Seguridade de Blues & Jazz que ocorreu nesse final de semana no parque Burle Marx em São Paulo.

Com um programação agradável e eclética, e com uma organização pra lá de respeitável (ao menos no sábado que foi o dia em que estive lá), o público pode curtir o excelente final de tarde no sábado ao som de: 
- Alex Reis Trio
- Nuno Mindelis
- Orleans Street Jazz Band
- Ana Carolina

A apresentação do Alex Reis Trio, na verdade, eu só acompanhei as três músicas finais, mas foi o suficiente para perceber o talento desses caras.

Nuno Mindelis foi um show a parte. Com um blues carregado de energia "rock ´n roll" e muito talento, não apenas dele mas da sua banda como um todo, trouxe uma sonoridade incrível para o fim de tarde/início da noite. Pena que o público que lá estava tinha como foco o show da Ana Carolina e não correspondeu à altura da magnífica apresentação de Nuno Mindelis.

Não se pode deixar de mencionar a bem humorada intervenção do Orleans Street Jazz Band que encantou e interagiu com o público no intervalo entre os shows.

O ponto "alto" para o público em geral, mas "desconexo" da essência do festival foi a apresentação da cantora Ana Carolina, que esbanjou simpatia, envolveu a grande maioria da platéia (afinal ela era a estrela do dia), mas no quesito Jazz ou Blues... não era bem o foco.

De qualquer maneira, esse foi mais um raro exemplo do uso correto da tal Lei de Incentivo à Cultura. Mais um bom exemplo de programação gratuita que agradou ao público, e mais um excelente exemplo do porque São Paulo é essa cidade fantástica.

E se você acessar esse blog e estiver em Brasília no próximo final de semana, aproveite e curta a edição desse festival que estará na Capital Federal.

Alex Reis Trio





Orleans Street Jazz Band





Nuno Mindelis







Ana Carolina







quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Esqueça o trocadilho

ZAZ – “Recto Verso”

Recto Verso

ZAZ rapidamente me remeteu à Yazoo. Não pela sonoridade, mas creio que pela letra “Z”… enfim viagens linguísticas à parte, o primeiro ponto ZAZ em nada tem a ver com Yazoo.

Uma é inglês, anos 80, tecno pop, sucesso nas pistas daquela década.

A outra é francesa, cujo álbum Recto Verso foi lançado em 2013 e traz uma variedade entre um adult pop, intimista e envolvente, ainda mais sendo cantado em francês, e elementos mais “alegres” de uma sonoridade clássica do cabaret (mas só elementos, ok?), o que vem acontecendo  com muitos músicos de uns tempos pra cá.

O resultado, já esperado, é um álbum muito, muito agradável, convidativo a audição do início ao fim.

Um daqueles exemplos de desconhecimento pelo nome (para alguns, ao menos!), mas familiaridade aos ouvidos.

Zaz pode não ser uma referência para o seu estilo, como Yazoo o foi nas pistas alternativas dos anos 80, mas certamente já será um clássico no seu playlist.

ZAZ Official Site

Ouça ZAZ - http://www.rdio.com/artist/ZAZ/album/Recto_Verso_1/

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Dor Porteña

GOTAN PROJECT – “Lunatico”
Lun?tico
Não sou conhecedor do Tango, mas as referências que tenho da musicalidade desse estilo são a de expressão da “dor de amor”, a do sofrimento do coração partido, além da sensualidade que a dança bem transmite (e já me desculpo aos aficionados e conhecedores pela minha superficialidade sobre o gênero).

Pois bem, tendo como referência essa “essência” do Tango, apresento-lhes Gotan Project.

Gotan Project

Esse trio francês, formado por Christoph Müller, Eduardo Maskoff e Phillipe Cohen  Solal, traz nesse álbum, justamente, essa “dor Porteña” e as lamúrias e a tristeza do acordeón, tão marcante no Tango, porém expandindo as referências e as sensações, Gotan Project quebra a barreira do tradicionalismo e adiciona elementos tão diversos como Jazz, Lounge, Eletro, Dub, mas o faz de maneira tão “uniforme”  que transforma Lunático algo fantástico.

Essa simbiose sonora consegue te conduzir numa viagem incrível e contínua na qual você se deixa levar pelo aperto no peito, e pelo swing da batida, e pela sensualidade do sussurro dos vocais especiais de Cristina Villalonga, e pela mistura inusitada, porém perfeita que, de tão bem elaborada, te deixa inebriado e questionando de onde veio esse aperto no peito.

Conheça mais Gotan Project


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Uma nova forma de ouvir Rolling Stones

BOSSA N´ STONES

Rolling Stones traziam, desde os primórdios da banda, algo “lascivo” em suas canções, ainda mais se comparado aos “Garotos de Liverpool”. E assim sempre foi o rock and roll iniciando com Elvis “ The Pelvis” Presley.

Clássicos como Angie, Harlem Suffle ou Ruby Tuesday traziam a mescla perfeita da rebeldia sonora do rock, o instigante da transgressão juvenil, a sensualidade exacerbada da adolescencia que prosseguiu e seguiu a todos…e continua seguindo.

Agora, imaginem que fosse possivel extrair o lado “Rock and Roll” dessas faixas, elevando a enésima potência todos os demais atributos citados acima. Bem, meus caros, não é necessário imaginar. Isso é possível ouvir e se deixar levar através do álbum Bossa n´ Stones.

Esse álbum é uma compilação de clássicos dos Rolling Stones numa releitura elaborada por diversas bandas que passeiam por um caminho diferente das versões originais, mas não menos instigante.

Bossa n´ Stones passa pela Bossa sim, mas não aquela de referências moribundas e depressivas que tanto marcam esse estilo. É uma Bossa numa nova roupagem turbinada por Eletro Jazz, Chill Out, Drum n´ Bass excitando seus ouvidos.

E por falar em “roupagem”… a capa do álbum já diz muito bem a que veio.

Confira!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

O encontro dos Gênios

WYNTON MARSALIS & ERIC CLAPTON – “Play the Blues”

O que acontece quando dois gênios se encontram?

Bem, a resposta óbvia é…depende!

Claro que depende!

Depende de quais gênios estamos falando. Depende o que esses gênios fazem. Depende da “sintonia” entre esses gênios…e assim vai.

Pois bem, no caso do gênio Wynton Marsalis e do gênio Eric Clapton…. a resposta também é óbvia… os dois juntos fazem um verdadeiro espetáculo!

E isso pode ser comprovado e apreciado através do álbum e DVD Play the Blues gravado ao vivo no Lincoln Center e que traz uma energia, uma vibe totalmente cativante do início ao fim.

Wynton Marsalis traz seu trompete vibrante, intenso, melódico e cheio de groove.

Eric Clapton traz a sua guitarra suave, discreta, perfeitamente bem colocada compondo o “pano de fundo” perfeito para uma sonoridade que servirá de companheira.

Vale ressaltar que, mesmos os gênios, não realizam suas maravilhas sozinhos. E assim também ocorre em  Play the Blues, onde Wynton Marsalis e Eric Clapton tem o apoio de uma banda que já mostra a que veio na primeira faixa, exalando um jazz em cada um dos instrumentos de maneira magistral…. a altura dos gênios… dos grandes gênios.

 

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