quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Revisitando: R.E.M
"Fables of Reconstruction / Document / Green / Automatic for the People"
R.E.M dispensa comentários. Isso é um fato! E todos sabem (creio que até aqueles que não conhecem R.E.M).
Uma banda icônica, um dos poucos exemplos de banda Norteamericana a fazer um som com personalidade, diferenciado, autêntico e ao mesmo tempo, pop, compreensível, encantador e, principalmente, longe da "pasteurização do tio Sam" que molda uma centena de bandas numa vala comum.
R.E.M foi marcante nos anos 80 e 90. Na minha adolescência acompanhou muitos momentos, festas, reuniões de amigos... simplesmente fez parte da minha história.
Na verdade, ao revisitar esses quatro CD´s a caminho do trabalho (fugindo das repetitivas e nauseantes notícias da podridão política desse país), percebi que R.E.M continua a fazer parte da minha vida, afinal a vida é também feita das memórias... ainda mais as boas memórias, também requer os seus toques de sensibilidade, de beleza e poesia e R.E.M cumpre esse papel com maestria.
terça-feira, 12 de agosto de 2014
O encontro dos Gênios
WYNTON MARSALIS & ERIC CLAPTON – “Play the Blues”
O que acontece quando dois gênios se encontram?
Bem, a resposta óbvia é…depende!
Claro que depende!
Depende de quais gênios estamos falando. Depende o que esses gênios fazem. Depende da “sintonia” entre esses gênios…e assim vai.
Pois bem, no caso do gênio Wynton Marsalis e do gênio Eric Clapton…. a resposta também é óbvia… os dois juntos fazem um verdadeiro espetáculo!
E isso pode ser comprovado e apreciado através do álbum e DVD Play the Blues gravado ao vivo no Lincoln Center e que traz uma energia, uma vibe totalmente cativante do início ao fim.
Wynton Marsalis traz seu trompete vibrante, intenso, melódico e cheio de groove.
Eric Clapton traz a sua guitarra suave, discreta, perfeitamente bem colocada compondo o “pano de fundo” perfeito para uma sonoridade que servirá de companheira.
Vale ressaltar que, mesmos os gênios, não realizam suas maravilhas sozinhos. E assim também ocorre em Play the Blues, onde Wynton Marsalis e Eric Clapton tem o apoio de uma banda que já mostra a que veio na primeira faixa, exalando um jazz em cada um dos instrumentos de maneira magistral…. a altura dos gênios… dos grandes gênios.
sábado, 24 de maio de 2014
Até a segunda faixa
Certa vez ouvi que Foster The People era uma das melhores bandas do mundo.
Nem é necessário dizer que eu jamais cometeria tal heresia, porém ao ouvir o álbum de estréia dos caras – Torches – até imaginei que seria surpreendido…e o fui… até a segunda faixa… literalmente.
A primeira, abre bem o álbum. A segunda trouxe uma vibe bem bacana. Mas, a partir daí o álbum entra no vazio.
Uma mesmice… um placebo… efeito zero.
Faixa após faixa o álbum foi sendo mantido numa linha sonora não contamina, não movimenta, não motiva.
Perde a essência das duas primeiras faixas e não transmite nada de interessante.
Ainda se Torches se limitasse as faixas “Helena Beat” e “Pumped up Kicks”, Foster The People não iria figurar entre as melhores bandas do mundo…. até porque as melhores bandas nunca param na faixa 2.
Foster The People Official Site
segunda-feira, 12 de maio de 2014
Miscelânea de uma banda só
GRAND DUCHY – “ Petit Fours”
O fato de ser uma banda com a presença de Frank Black, sem dúvida, me chamou a atenção.
E lá fui eu conhecer Petit Fours o primeiro álbum desse duo formado pelo frontman do Pixies e Violet Clark.
E o que era mais que esperado? Bem, eu esperava consistência, intensidade, uma sonoridade com identidade alternativa, mas com elementos, digamos, sólidos.
E qual não foi minha surpresa? (ou seria decepção?)
Alternativo isso é fato. O álbum transita em caminhos diversificados numa mescla de synth pop, guitar rock, new wave etc.
Intenso… bem, podemos dizer que aqui começa o deslize… a intensidade não é tão marcante quanto seu lado alternativo.
Agora, no quesito consistência…aí esse álbum deixou a desejar.
A mescla ultrapassou os limites que poderia oferecer a tal “identidade sonora” e fez do álbum uma colagem desconexa de sucessivas faixas, cuja a variação é tão marcante que mais parece uma coletânea de diferentes bandas do que o álbum de uma só.
Não há dúvida que, dentre tantas nuances há uma ou outra faixa que se soa bem aos ouvidos, mas o resultado final, infelizmente, não é cativante.
Até mesmo os gênios tem seus deslizes.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
Descompromissado
MARK KNOPFLER & EMMYLOU HARRIS – “Real Life Roadrunning”
Zapeando era o que estava fazendo quando parei no canal BIS (120 da NET) e estava iniciando o show Real Life Roadrunning do Mark Knopfler e Emmylou Harris.
Admito que não tinha idéia de quem era Emmylou Harris, mas parei para assistir e que surpresa viu!
Um som meio folk meio country, ótimo para uma manhã enquanto se está em processo de despertar por completo…e ouvindo Real Life Roadrunning o fazemos de maneira bem tranquila, harmônica e te carrega com uma energia bem equilibrada.
Se voce estiver interessado haverá uma reprise no dia 30/04. Se puder veja… vale a pena!
sábado, 26 de abril de 2014
Intensidade Etérea
POLICA – “Give You The Ghost”
Uma combinação inusitada… um resultado surpreendente!
É assim que se sente ao iniciar a audição do debut album do Poliça – Give you the Ghost” e termina-la.
A voz infantil, quase angelical de Channy Leanegh, por si só já seria um convite ao onírico.
Agora com o reverb ecoando em quase todas as faixas, etéreo está lá nos conduzindo a uma viagem. Mas, não espere uma viagem tranquila, pois complementando-a temos batidas cheias de contratempos e “viradas” marcantes, com um “swing” todo especial, digno dos grandes ícones do Trip Hop.
Você deve estar se perguntando o mesmo que eu quando ouvi Poliça… como uma mistura dessas dá certo?
Eu te digo que não dá certo…. dá maravilhosamente certo… harmonica e envolventemente certo!
Aliás, o mais surpreendente é isso… numa combinação inusitada, com elementos, em princípio díspares e incongruentes, o resultado é algo mágico, intenso e sensível.
O que posso dizer mais sobre Poliça?… OUÇAM POLIÇA!!!
sábado, 8 de fevereiro de 2014
Seleto
LILY & MADELEINE – “Lily & Madeleine”
O seleto clube ganhou mais um membro.
Quando ouvi Camera Obscura e Amy MacDonald fiquei simplesmente apaixonado pela sonoridade dessas bandas.
Canções envolventes, melódicas, bem construídas e com aquela cadência que “gruda” e te faz cantar, cantar e cantar seguidas vezes (sim…é um pleonasmo proposital). Pois bem, esse grupo acaba de ganhar um novo integrante – Lily & Madeleine.
Digam-me se o nome desse duo não é bem sugestivo?
Doce, meigo, com letras simples e agradáveis, essas Americanas de Indianapolis conseguiram me fazer não desejar ouvir mais nada além de Lily & Madeleine.
Sem dúvida, viciei de novo!
Lily & Madeleine Official Site
sábado, 16 de novembro de 2013
Equilíbrio Interessante
DAVID BYRNE & ST VICENT – “Love This Giant”
O que esperar de uma parceria, digamos, inusitada entre a mente inovadora de David Byrne e o estilo alternativo de St Vicent? Bem, no mínimo algo inusitado (a começar pela capa, não é?).
É exatamente isso o que você irá encontrar nesse álbum que passeia bem pelos estilos de ambos músicos.
Fica evidente em quais faixas percebemos mais o toque eletro-indie de St Vicent e em quais está lá presente e de maneira intensa o estilo inconfundível de David Byrne e seu pop rock descontraído, incomum e com swing.
Uma combinação mais que inusitada, eu diria, uma combinação realmente bem interessante.
Confira!
sábado, 9 de novembro de 2013
Não é para todos os momentos, mas…
ANGEL OLSEN – “Halfway Home”
Nunca havia imaginado que tal combinação pudesse oferecer tal sonoridade, mas imaginem uma simbiose onde de um lado temos uma nuance suave, folk, que lembra Tracy Chapman em alguns momentos. Adicione agora uma dose de certa da angústia sofrida, dolorosa e melódica de Beth Gibbons (Portishead).
Essa seria uma maneira de tentar contextualizar o que é a música de Angel Olsen em seu álbum Halfway Home.
A sonoridade “acústica” com instrumentos discretos faz o pano de fundo perfeito para a declaração das dores da alma que sua voz angustiada revela com primazia.
Tenho ouvido esse álbum com certa frequencia ultimamente, mesmo estando num humor contrário à sua essência, mas uma coisa é fato não é um álbum para todos os momentos, mas para os momentos em que ele está presente, é perfeito.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
É blues…mas é diferente
ALABAMA SHAKES – “Boys & Girls”
A voz é a clássica voz do Soul e do Blues. Aquela voz rouca, intensa, emocionada.
Nesse caso, a dona de tal voz é Brittany Howard.
A sonoridade também bebe nas raízes dos anos 60 & 70, mas traz uma energia mais intensa, uma levada com mais energia, o que apenas torna a sonoridade do Alabama Shakes ainda mais interessante.
Conheci esse quarteto num dos episodios do Jools Holland, o que apenas reforça a qualidade e bom gosto que este músico-apresentador tem para selecionar seus convidados.
No programa ou vi duas músicas. No mesmo momento fui ouvir o álbum inteiro. Resultado? Continuo ouvindo várias vezes ao dia.
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Simplesmente…
CAT POWER – “Sun”
EXCELENTE!!!
Assim mesmo em letras maiúsculas, é o mínimo que se pode dizer desse álbum fantástico…e ainda assim não se diz tudo sobre ele.
Cat Power simplesmente arrasou em Sun.
Navegando por elementos diferenciados ela conseguiu uma simbiose perfeita entre o eletro pop dançante (e viciante), indie pop e momentos mais “sóbrios e intimistas” sem perder impacto em nenhuma das suas nuances.
Como eu disse antes, impossível dizer tudo de um álbum assim, simplesmente… EXCELENTE!
domingo, 3 de novembro de 2013
E ainda é linda…
PETE YORN & SCARLETT – “
Sábado de sol. Temperatura agradável, ao redor de 25ºC. Céu azul, fato raro em São Paulo.
Nesse ambiente e nessa vibe comecei a ouvir Pete Yorn & Scalett. UAU!!!
Essa foi minha reação ao perceber o quão perfeito era a sonoridade de Pete e a deliciosa e juvenil voz de Scarlett Johansson com aquele dia.
O clima do álbum Break Up é algo que passa por influências como “a intensidade” de Lou Reed, mesclando com a sutileza melódica de Dean & Britta e passa por uma e outra praias que complementam de maneira perfeita.
Mais um álbum para por no som e ouvir do início ao fim e vice-versa sem pensar em nada. Só na beleza do som, da voz e da própria Scarlett.
domingo, 28 de julho de 2013
Hipnose sombria e vigorosa
TRUE WIDOW – “Circumambulation”
A primeira faixa se inicia com um baixo proeminente e guitarra distorcida, onde os graves são a referência. Seguido de uma bateria simples, porém vigorosa, marcada e intensa.
Os instrumentos praticamente cobrem a música de tal forma que os vocais ficam como total coadjuvante.
E, sem grandes alterações no formato, na cadência e na melodia, True Widow segue por todas as faixas de Circumambulation, terceiro álbum dessa banda do Texas (sim, meu caros, do Texas!), e vai criando um ambiente hipnótico e sombrio (aliás, algumas faixas intrigam também pelo nome como: S:H: S, I:M:O; HW:R).
Muitos vão achar The Widow monótono. Mas, alguns vão considera-lo intenso… eu to nesse grupo.
terça-feira, 25 de junho de 2013
Crise de identidade
JAVELIN – “Hi Beams”
Temos aqui um clássico caso de “crise de identidade musical”.
A base do som desse duo de Nova York é um synth-indie-pop que oscila entre elementos 80´s e 90´s – e aqui ja começa a crise. Não que haja problema em ter diversas fontes de referências, mas há que se saber usa-las…isso é fato.
A banda também não se encontra na definição de qual caminho seguir, ou seja, se vão pela via instrumental (o que falta “habilidade” para tal) ou se seguem com os vocais (os quais também não agradam).
Resumindo…falta essência para Javelin.
domingo, 16 de junho de 2013
Realmente diferente
THE SECRET HISTORY – “Americans Singing in the Dark”
Surpreendente!!!
Isso mesmo, com três exclamações. É a palavra que descreve esse álbum da banda norte americana The Secret History.
Banda de Nova York que está na estrada desde 2007 e que apresenta um proposta diferente nesse álbum. Digo, diferente para os padrões da musicalidade dos EUA, um indie-rock alternativo com nuances que passam por momentos “dark” como o próprio nome do álbum nos diz, ou por momentos mais “guitar” que bebem em fontes 80´s alternativas como Blondie.
Dificil descrever toda a intensidade que The Secret History nos apresenta nesse álbum. Tem que conferir!
quinta-feira, 13 de junho de 2013
Inquietação
FUTURE BIBLE HEROES – “Partygoing”
Sejamos sinceros, uma banda com esse nome tem de ser, no mínimo, intrigante.E, creio que essa seja a palavra que define Future Bible Heroes.
Com uma sonoridade indie-eletro e vocais oscilando entre o bucolismo soturno e um synth-pop, o Future Bible Heroes passeia por nuances bem 80´s com batidas eletro-pop e teclados melódicos e com efeitos “juvenis” que conferem todo um charme retrô-alternativo às canções dessa banda que está na ativa desde 1990, porém tem apenas três albuns lançados, e Partygoing é o mais recente deles.
Um som que não te leva a dançar, mas te deixa certamente inquieto.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Surpreso? Eu fiquei…
LANA DEL RAY – “Aka Lizzy Grant”
A surpresa começou pela beleza “model style” de Elizabeth Woolridge Grant. A surpresa número dois veio em saber que ela é de Nova York. A terceira supresa veio com a bela voz de Lana Del Ray, o nome artístico da bela Elizabeth. E o início de outra série de surpresas veio com seu primeiro álbum, lançado em 2010, o qual tive o prazer conhecer agora.
A primeira faixa dá aquela nítida impressão de “entendi do que se trata”, ainda mais fazendo a simbiose com a pessoa em si. Mas, surpresa deveria ser parte do nome dessa mulher de voz suave, envolvente e que vai construindo um album com batidas simpes, porém marcantes e um conteúdo muito preenchido por belas melodias num ritmo eletro-dance até pop rock-adult pop que chega a nos remeter a Jem e Nancy Sinatra.
Esse debut de Lana Del Rey poderia bem ser classificado como “uma caixa de Pandora ao contrário”, pois só traz coisas boas.
sábado, 24 de março de 2012
Dance me to sleep
STARFUCKER – “Reptilians”
Reptilian deriva de reptile (répteis) em inglês, sendo o adjetivo. E os répteis são aqueles animais cuja a temperatura do corpo se adapta à temperatura ambiente, ou seja, um grande poder de adaptação e mutação.
Isso posto, digo que não poderia ter um termo para melhor descrever o álbum Reptilians do Starfucker (ou STRFKR, se preferir), pois traz uma simbiose bem interessante de música eletrônica, synth pop e indie o que faz desse álbum um coringa.
Se quiser dançar, ouça-o.
Se quiser cantar, ouça-o.
E, se ainda quiser apenas ouvi-lo e deixar-se embalar por ele, ouça-o.
E tudo isso de uma maneira equilibrada, sem destoar para um lado ou outro, trazendo bom gosto em cada faixa.
Starfucker é uma banda americana de Portland. Um trio que já tem dois álbuns lançados, sendo Reptilians o mais recente de 2011, mas só por esse ja vale a sua atenção.
sábado, 28 de janeiro de 2012
Só ficou bom no papel
LOU REED & METALLICA – “Lulu”
Como sempre dizem… “O papel aceita tudo”.
A proposta parecia interessante. De um lado, a poesia alternativa e enigmática de Lou Reed e de outro a marretada do Metallica (que nem tem sido tanto, mas sempre traz surpresas boas). Uma combinação inusitada, mas com fortes indícios de um bom resultado (não à toa, o semanário inglês NME também inclui esse álbum na lista 25 albums you must hear this autumn).
O que ficou mesmo desse projeto foi uma grande decepção. Um excelente exemplo de falta de sinergia, entrosamento ou qualquer outro elemento necessário para um grupo de pessoas fazer um bom trabalho.
Não houve conexão entre Lou Reed & Metallica. Não houve harmonia sonora. Chego até a dizer que não houve atenção e dedicação e, sem dúvida, não houve inspiração.
Percebe-se, nitidamente, que o Metallica estava envolvido numa “neblina criativa” impedindo que Lars Ulrich e seus companheiros tivessem um único bom momento se quer. Enfadonho, cansativo e esqualidamente criativo, o lado sonoro do álbum não poderia ter outro complemento que a apatia vocal de Lou Reed, que manteve seu estilo, diga-se de passagem, mas jogou fora a sua energia.
Para não ser desonesto, o álbum apresenta duas ou três faixas audíveis, mas ainda assim não vale a tortura das demais, até porque trata-se de um álbum duplo.
Não se deve avaliar um livro pela capa, mas no caso de Lulu, a capa diz tudo, ou melhor…nada!
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Começando pelo final
FOL CHEN – “Part II – The New December”
À primeira vista imagina-se uma banda chinesa. Nada disso! O nome engana bem.
Os caras em questão vem dos EUA, de Los Angeles e por aqui acabam as informações, eu diria, já que os integrantes do Fol Chen decidiram manter-se no anonimato, não mostrando seus rostos, mesmo ao vivo ou em vídeos.
Bem, como isso não é um concurso de beleza, não estamos à procura de “mais um rostinho bonito”, correto?
Pois bem, mas o que toca Fol Chen. Acabei de conhece-los pelos segundo álbum,Part II – “The New December” e resumindo eles trazem elementos eletro-pop, uma aura dançante e bons momentos indie pop (li que o Part I… é um pouco diferente disso).