domingo, 22 de junho de 2014

Reveja seus conceitos

BEN L´ONCLE SOUL – “Ben L´Oncle Soul”
Ben L'Oncle Soul
Se a palavra Soul te remete a um estilo musical "moroso" e com baixa "energia"... você precisa rever seus conceitos musicais e conhecer Ben l'Oncle Soul.

E se pra você cover é reprodução de uma música alheia de quem não tem criatividade... uma vez mais você precisa ampliar suas referências e ouvir Ben l'Oncle Soul.

Em seu álbum homônimo esse Francês, nascido Benjamin Duterde, trabalha essas duas referências com maestria.

Ele abre álbum com um cover de “Seven Nation Army” do White Stripes que consegue manter a energia da versão original,  mas numa vibe sonora totalmente distinta e cheia de personalidade.

A guitarra intensa do White Stripes abre caminho para um contrabaixo pronunciado,  o qual em conjunto com a bateria bem marcada garantem um swing fantástico.

Mas isso é apenas a primeira faixa.  Na sequência Ben consegue transgredir outra máxima. .. a do idioma francês. Com sua voz intensa, porém melódica vai passando faixa por faixa numa viagem musical com swing, melodia e uma musicalidade que cabe bem naqueles momentos especiais.

Aos puristas de plantão, por outro lado, um aviso... aceitem o lado "pop" que messieur Duterde lhe oferece,  pois não compromete em nada a essência musical desse álbum. pelo contrário, nos garante um passeio agradável com o conforto e a segurança que somente algo "familiar" pode nos proporcionar.

Ouçam e confiram Ben L´Oncle Soul


domingo, 1 de junho de 2014

Eletro Trip

PURITY RING – “Shrines”
Shrines

É eletrônico, mas não é assim… dançante.

É pop, mas não é assim… popular.

Assim podemos começar descrevendo a sonoridade, incrivelmente, envolvente do duo Synth-Pop canadense Purity Ring.

Lançado pelo selo 4AD… e diga-se de passagem não poderia ter sido lançado por outro, o próprio site da 4AD comenta “Purity Ring faz canções de ninar para as pistas de dança (Purity Ring make lullabies for the club)”.

E essa não poderia ser a melhor síntese do trabalho de Corin Roddick e Megan James nesse debut lançado em 2012.

De um lado a sonoridade leve, onírica, sofisticada nos envolve num “abraço sonoro” sutil, aconchegante e
nos conduz a uma viagem prazerosa entre teclados, samplers e batidas que fazem um papel, eu diria, secundário para uma banda de eletrônico, mas que cai como uma luva para os vocais de Megan.

Com uma voz que traz uma simbiose entre a inocência e o encanto de uma criança e lado lúdico e a sutileza do mundo dos sonhos, Megan nos conduz por uma trilha que, quando menos esperamos, traz motivos e sensações lúgubres, levemente assustadoras, porém suavemente encantadoras.

Se você já leu Sandman, o clássico dos quadrinhos adultos criado por Neil Gaiman, consegue entender,
perfeitamente, o que esse mix antagônico de sensações significa. E eu até diria que Purity Ring seria a trilha sonora perfeita para uma versão cinematográfica de Sandman.

É doce… mas assustador.

É pop… mas alternativo.

É inocente… mas profundo.

É complexo… mas muito prazeroso… afinal quem disse que o mundo dos sonhos tem ordem!

Viagem com Purity Ring.


sábado, 24 de maio de 2014

Até a segunda faixa

FOSTER THE PEOPLE – “Torches”

Certa vez ouvi que Foster The People era uma das melhores bandas do mundo.
Nem é necessário dizer que eu jamais cometeria tal heresia, porém ao ouvir o álbum de estréia dos caras – Torches – até imaginei que seria surpreendido…e o fui… até a segunda faixa… literalmente.
A primeira, abre bem o álbum. A segunda trouxe uma vibe bem bacana. Mas, a partir daí o álbum entra no vazio.
Uma mesmice… um placebo… efeito zero.
Faixa após faixa o álbum foi sendo mantido numa linha sonora não contamina, não movimenta, não motiva.
Perde a essência das duas primeiras faixas e não transmite nada de interessante.
Ainda se Torches se limitasse as faixas “Helena Beat” e “Pumped up  Kicks”, Foster The People não iria figurar entre as melhores bandas do mundo…. até porque as melhores bandas nunca param na faixa 2.
Foster The People Official Site


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Indie Lírico

BAT FOR LASHES – “The Haunted Man”

The  Haunted Man 

Vou fazer uma confissão… não me recordo do primeiro álbum do Bat For Lashes, mas do longínquo e vago que minha memória pode me oferecer de referência, aquele álbum era distinto desse último The Haunted Man.

Esse traz nuances “intricadas” e distintas que contemplam um lirismo intenso, muito evidente pelos potentes vocais de Natasha Khan, inglesa de Brighton, mas com ascendência Paquistanesa (talvez essa seja uma das fontes da sonoridade peculiar desse álbum).

Miss Khan.jpg 

The Haunted Man transita em um indie alternativo com claras influências de elementos etéreos, suaves, melódicos e instrospectivos típicos de deusas do mundo da música como Björk ou Kate Bush. E ainda assim, esse álbum do Bat For Lashes é também intenso. Tem seu vigor, seja pela melancolia ou o lado soturno de sua cadência melódica ou pelo força, pela energia e sentimento expressos pela bela voz de Khan.

O grande ponto aqui é o seguinte….não importa o que te levará a ouvir The Haunted Man, mas seja o que for, certamente o encantará.

Assista a Bat For Lashes

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Miscelânea de uma banda só

GRAND DUCHY – “ Petit Fours”

Petits Fours

O fato de ser uma banda com a presença de Frank Black, sem dúvida, me chamou a atenção.

E lá fui eu conhecer Petit Fours o primeiro álbum desse duo formado pelo frontman do Pixies e Violet Clark.

E o que era mais que esperado? Bem, eu esperava consistência, intensidade, uma sonoridade com identidade alternativa, mas com elementos, digamos, sólidos.

E qual não foi minha surpresa? (ou seria decepção?)

Alternativo isso é fato. O álbum transita em caminhos diversificados numa mescla de synth pop, guitar rock, new wave etc.

Intenso… bem, podemos dizer que aqui começa o deslize… a intensidade não é tão marcante quanto seu lado alternativo.

Agora, no quesito consistência…aí esse álbum deixou a desejar.

A mescla ultrapassou os limites que poderia oferecer a tal “identidade sonora” e fez do álbum uma colagem desconexa de sucessivas faixas, cuja a variação é tão marcante que mais parece uma coletânea de diferentes bandas do que o álbum de uma só.

Não há dúvida que, dentre tantas nuances há uma ou outra faixa que se soa bem aos ouvidos, mas o resultado final, infelizmente, não é cativante.

Até mesmo os gênios tem seus deslizes.

Grand Duchy no Myspace

https://www.youtube.com/watch?v=hp09EPx63aE

https://www.youtube.com/watch?v=ayrXIh_S68M

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Viagem atualizada no tempo

PALMA VIOLETS – “180”

180

Os primeiros acordes de Palam Violets no álbum 180 me transportaram para o final dos anos 60 – inicio dos 70, mais precisamente para o punk de Iggy Pop e os Stooges e lado psicodélico de Velvet Underground.

De repente, a viagem se transporta para o presente numa conexão com o lado melódico do indie rock do The Vaccines… mas com guitarras enérgicas, distorcidas que compoem as canções de maneira surpreendente.

Na verdade, surpreendente é a palavra que melhor descreve Palma Violets. Os caras não “inventaram” nada. Pegaram as referências todas conhecidas, mas conseguiram fazer uma junção tão perfeita e com tanta personalidade que a única frase que cabe aqui é Surpreendente!!!!

Palma Violets Official Web Site

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Descompromissado

MARK KNOPFLER & EMMYLOU HARRIS – “Real Life Roadrunning”

Zapeando era o que estava fazendo quando parei no canal BIS (120 da NET) e estava iniciando o show Real Life Roadrunning do Mark Knopfler e Emmylou Harris.

Admito que não tinha idéia de quem era Emmylou Harris, mas parei para assistir e que surpresa viu!

Um som meio folk meio country, ótimo para uma manhã enquanto se está em processo de despertar por completo…e ouvindo Real Life Roadrunning o fazemos de maneira bem tranquila, harmônica e te carrega com uma energia bem equilibrada.

Se voce estiver interessado haverá uma reprise no dia 30/04. Se puder veja… vale a pena!

sábado, 26 de abril de 2014

Intensidade Etérea

POLICA – “Give You The Ghost”

Give You the Ghost

Uma combinação inusitada… um resultado surpreendente!

É assim que se sente ao iniciar a audição do debut album do Poliça – Give you the Ghost” e termina-la.

A voz infantil, quase angelical de Channy Leanegh, por si só já seria um convite ao onírico.

Agora com o reverb ecoando em quase todas as faixas, etéreo está lá nos conduzindo a uma viagem. Mas, não espere uma viagem tranquila, pois complementando-a temos batidas cheias de contratempos e “viradas” marcantes, com um “swing” todo especial, digno dos grandes ícones do Trip Hop.

 

Você deve estar se perguntando o mesmo que eu quando ouvi Poliça… como uma mistura dessas dá certo?

Eu te digo que não dá certo…. dá maravilhosamente certo… harmonica e envolventemente certo!

Aliás, o mais surpreendente é isso… numa combinação inusitada, com elementos, em princípio díspares e incongruentes, o resultado é algo mágico, intenso e sensível.

O que posso dizer mais sobre Poliça?… OUÇAM POLIÇA!!!

Poliça Official Site

quinta-feira, 27 de março de 2014

Equilíbrio distante

IMAGINE DRAGONS – “Night Visions”

Night Visions

Quando eu ouvi a faixa “It´s time” pensei estar diante de mais uma daquelas bandas pop que somente tinha uma faixa a apresentar.

Eu estava certo num ponto – o pop está encravado nos caras do Imagine Dragrons – mas me enganei ao imaginar “one track only”.

O pop do Imagine Dragons é estruturado e passeia bem entre elementos dos 80´s,90´s e 2000´s.

Tem energia, tem cadência, tem aquela vibe “L. S . D” = Listen, Sing and Dance bem distribuído entre as faixas e por todo álbum que te prende e te faz querer descobrir como será a próxima faixa.

Se você curte pop de qualidade…entregue-se

segunda-feira, 17 de março de 2014

A surpresa “Geek”

GRAHAN COXON – “A+E”

A+E

Grahan Coxon o lendário guitarrista do Blur é uma figura discreta e um tanto quanto “nerd”…ou “geek”…como preferirem.

Não que eu o conheça a ponto de confirmar isso, é verdade, mas essa era a impressão, a imagem que ele sempre me passou no Blur.

Se é fato ou não eu não sei, mas o ponto é que o cara se revelou em seu mais novo álbum, A+E, de maneira mais energética.

É possível que a surpresa seja apenas para mim, já que não tinha ouvido nenhum dos seus álbuns solos, e não são poucos, mas estou seguro em dizer que debutei Grahan Coxon de maneira exemplar.

Dentro da vibe de “Song 2” do Blur, com aquela energia e distorções, Grahan passeia por suas 10 faixas apresentando uma versatilidade fantástica. Mantém a espinha dorsal criativa, mas trabalha nuances bem mais “swingadas”, mas sempre sendo Grahan Coxon do primeiro instante de A+E.

Um álbum para entrar para história, sem dúvida!

Grahan Coxon Official Site

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