quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Dor Porteña

GOTAN PROJECT – “Lunatico”
Lun?tico
Não sou conhecedor do Tango, mas as referências que tenho da musicalidade desse estilo são a de expressão da “dor de amor”, a do sofrimento do coração partido, além da sensualidade que a dança bem transmite (e já me desculpo aos aficionados e conhecedores pela minha superficialidade sobre o gênero).

Pois bem, tendo como referência essa “essência” do Tango, apresento-lhes Gotan Project.

Gotan Project

Esse trio francês, formado por Christoph Müller, Eduardo Maskoff e Phillipe Cohen  Solal, traz nesse álbum, justamente, essa “dor Porteña” e as lamúrias e a tristeza do acordeón, tão marcante no Tango, porém expandindo as referências e as sensações, Gotan Project quebra a barreira do tradicionalismo e adiciona elementos tão diversos como Jazz, Lounge, Eletro, Dub, mas o faz de maneira tão “uniforme”  que transforma Lunático algo fantástico.

Essa simbiose sonora consegue te conduzir numa viagem incrível e contínua na qual você se deixa levar pelo aperto no peito, e pelo swing da batida, e pela sensualidade do sussurro dos vocais especiais de Cristina Villalonga, e pela mistura inusitada, porém perfeita que, de tão bem elaborada, te deixa inebriado e questionando de onde veio esse aperto no peito.

Conheça mais Gotan Project


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Uma nova forma de ouvir Rolling Stones

BOSSA N´ STONES

Rolling Stones traziam, desde os primórdios da banda, algo “lascivo” em suas canções, ainda mais se comparado aos “Garotos de Liverpool”. E assim sempre foi o rock and roll iniciando com Elvis “ The Pelvis” Presley.

Clássicos como Angie, Harlem Suffle ou Ruby Tuesday traziam a mescla perfeita da rebeldia sonora do rock, o instigante da transgressão juvenil, a sensualidade exacerbada da adolescencia que prosseguiu e seguiu a todos…e continua seguindo.

Agora, imaginem que fosse possivel extrair o lado “Rock and Roll” dessas faixas, elevando a enésima potência todos os demais atributos citados acima. Bem, meus caros, não é necessário imaginar. Isso é possível ouvir e se deixar levar através do álbum Bossa n´ Stones.

Esse álbum é uma compilação de clássicos dos Rolling Stones numa releitura elaborada por diversas bandas que passeiam por um caminho diferente das versões originais, mas não menos instigante.

Bossa n´ Stones passa pela Bossa sim, mas não aquela de referências moribundas e depressivas que tanto marcam esse estilo. É uma Bossa numa nova roupagem turbinada por Eletro Jazz, Chill Out, Drum n´ Bass excitando seus ouvidos.

E por falar em “roupagem”… a capa do álbum já diz muito bem a que veio.

Confira!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

O encontro dos Gênios

WYNTON MARSALIS & ERIC CLAPTON – “Play the Blues”

O que acontece quando dois gênios se encontram?

Bem, a resposta óbvia é…depende!

Claro que depende!

Depende de quais gênios estamos falando. Depende o que esses gênios fazem. Depende da “sintonia” entre esses gênios…e assim vai.

Pois bem, no caso do gênio Wynton Marsalis e do gênio Eric Clapton…. a resposta também é óbvia… os dois juntos fazem um verdadeiro espetáculo!

E isso pode ser comprovado e apreciado através do álbum e DVD Play the Blues gravado ao vivo no Lincoln Center e que traz uma energia, uma vibe totalmente cativante do início ao fim.

Wynton Marsalis traz seu trompete vibrante, intenso, melódico e cheio de groove.

Eric Clapton traz a sua guitarra suave, discreta, perfeitamente bem colocada compondo o “pano de fundo” perfeito para uma sonoridade que servirá de companheira.

Vale ressaltar que, mesmos os gênios, não realizam suas maravilhas sozinhos. E assim também ocorre em  Play the Blues, onde Wynton Marsalis e Eric Clapton tem o apoio de uma banda que já mostra a que veio na primeira faixa, exalando um jazz em cada um dos instrumentos de maneira magistral…. a altura dos gênios… dos grandes gênios.

 

domingo, 22 de junho de 2014

Reveja seus conceitos

BEN L´ONCLE SOUL – “Ben L´Oncle Soul”
Ben L'Oncle Soul
Se a palavra Soul te remete a um estilo musical "moroso" e com baixa "energia"... você precisa rever seus conceitos musicais e conhecer Ben l'Oncle Soul.

E se pra você cover é reprodução de uma música alheia de quem não tem criatividade... uma vez mais você precisa ampliar suas referências e ouvir Ben l'Oncle Soul.

Em seu álbum homônimo esse Francês, nascido Benjamin Duterde, trabalha essas duas referências com maestria.

Ele abre álbum com um cover de “Seven Nation Army” do White Stripes que consegue manter a energia da versão original,  mas numa vibe sonora totalmente distinta e cheia de personalidade.

A guitarra intensa do White Stripes abre caminho para um contrabaixo pronunciado,  o qual em conjunto com a bateria bem marcada garantem um swing fantástico.

Mas isso é apenas a primeira faixa.  Na sequência Ben consegue transgredir outra máxima. .. a do idioma francês. Com sua voz intensa, porém melódica vai passando faixa por faixa numa viagem musical com swing, melodia e uma musicalidade que cabe bem naqueles momentos especiais.

Aos puristas de plantão, por outro lado, um aviso... aceitem o lado "pop" que messieur Duterde lhe oferece,  pois não compromete em nada a essência musical desse álbum. pelo contrário, nos garante um passeio agradável com o conforto e a segurança que somente algo "familiar" pode nos proporcionar.

Ouçam e confiram Ben L´Oncle Soul


domingo, 1 de junho de 2014

Eletro Trip

PURITY RING – “Shrines”
Shrines

É eletrônico, mas não é assim… dançante.

É pop, mas não é assim… popular.

Assim podemos começar descrevendo a sonoridade, incrivelmente, envolvente do duo Synth-Pop canadense Purity Ring.

Lançado pelo selo 4AD… e diga-se de passagem não poderia ter sido lançado por outro, o próprio site da 4AD comenta “Purity Ring faz canções de ninar para as pistas de dança (Purity Ring make lullabies for the club)”.

E essa não poderia ser a melhor síntese do trabalho de Corin Roddick e Megan James nesse debut lançado em 2012.

De um lado a sonoridade leve, onírica, sofisticada nos envolve num “abraço sonoro” sutil, aconchegante e
nos conduz a uma viagem prazerosa entre teclados, samplers e batidas que fazem um papel, eu diria, secundário para uma banda de eletrônico, mas que cai como uma luva para os vocais de Megan.

Com uma voz que traz uma simbiose entre a inocência e o encanto de uma criança e lado lúdico e a sutileza do mundo dos sonhos, Megan nos conduz por uma trilha que, quando menos esperamos, traz motivos e sensações lúgubres, levemente assustadoras, porém suavemente encantadoras.

Se você já leu Sandman, o clássico dos quadrinhos adultos criado por Neil Gaiman, consegue entender,
perfeitamente, o que esse mix antagônico de sensações significa. E eu até diria que Purity Ring seria a trilha sonora perfeita para uma versão cinematográfica de Sandman.

É doce… mas assustador.

É pop… mas alternativo.

É inocente… mas profundo.

É complexo… mas muito prazeroso… afinal quem disse que o mundo dos sonhos tem ordem!

Viagem com Purity Ring.


sábado, 24 de maio de 2014

Até a segunda faixa

FOSTER THE PEOPLE – “Torches”

Certa vez ouvi que Foster The People era uma das melhores bandas do mundo.
Nem é necessário dizer que eu jamais cometeria tal heresia, porém ao ouvir o álbum de estréia dos caras – Torches – até imaginei que seria surpreendido…e o fui… até a segunda faixa… literalmente.
A primeira, abre bem o álbum. A segunda trouxe uma vibe bem bacana. Mas, a partir daí o álbum entra no vazio.
Uma mesmice… um placebo… efeito zero.
Faixa após faixa o álbum foi sendo mantido numa linha sonora não contamina, não movimenta, não motiva.
Perde a essência das duas primeiras faixas e não transmite nada de interessante.
Ainda se Torches se limitasse as faixas “Helena Beat” e “Pumped up  Kicks”, Foster The People não iria figurar entre as melhores bandas do mundo…. até porque as melhores bandas nunca param na faixa 2.
Foster The People Official Site


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Indie Lírico

BAT FOR LASHES – “The Haunted Man”

The  Haunted Man 

Vou fazer uma confissão… não me recordo do primeiro álbum do Bat For Lashes, mas do longínquo e vago que minha memória pode me oferecer de referência, aquele álbum era distinto desse último The Haunted Man.

Esse traz nuances “intricadas” e distintas que contemplam um lirismo intenso, muito evidente pelos potentes vocais de Natasha Khan, inglesa de Brighton, mas com ascendência Paquistanesa (talvez essa seja uma das fontes da sonoridade peculiar desse álbum).

Miss Khan.jpg 

The Haunted Man transita em um indie alternativo com claras influências de elementos etéreos, suaves, melódicos e instrospectivos típicos de deusas do mundo da música como Björk ou Kate Bush. E ainda assim, esse álbum do Bat For Lashes é também intenso. Tem seu vigor, seja pela melancolia ou o lado soturno de sua cadência melódica ou pelo força, pela energia e sentimento expressos pela bela voz de Khan.

O grande ponto aqui é o seguinte….não importa o que te levará a ouvir The Haunted Man, mas seja o que for, certamente o encantará.

Assista a Bat For Lashes

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Miscelânea de uma banda só

GRAND DUCHY – “ Petit Fours”

Petits Fours

O fato de ser uma banda com a presença de Frank Black, sem dúvida, me chamou a atenção.

E lá fui eu conhecer Petit Fours o primeiro álbum desse duo formado pelo frontman do Pixies e Violet Clark.

E o que era mais que esperado? Bem, eu esperava consistência, intensidade, uma sonoridade com identidade alternativa, mas com elementos, digamos, sólidos.

E qual não foi minha surpresa? (ou seria decepção?)

Alternativo isso é fato. O álbum transita em caminhos diversificados numa mescla de synth pop, guitar rock, new wave etc.

Intenso… bem, podemos dizer que aqui começa o deslize… a intensidade não é tão marcante quanto seu lado alternativo.

Agora, no quesito consistência…aí esse álbum deixou a desejar.

A mescla ultrapassou os limites que poderia oferecer a tal “identidade sonora” e fez do álbum uma colagem desconexa de sucessivas faixas, cuja a variação é tão marcante que mais parece uma coletânea de diferentes bandas do que o álbum de uma só.

Não há dúvida que, dentre tantas nuances há uma ou outra faixa que se soa bem aos ouvidos, mas o resultado final, infelizmente, não é cativante.

Até mesmo os gênios tem seus deslizes.

Grand Duchy no Myspace

https://www.youtube.com/watch?v=hp09EPx63aE

https://www.youtube.com/watch?v=ayrXIh_S68M

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Viagem atualizada no tempo

PALMA VIOLETS – “180”

180

Os primeiros acordes de Palam Violets no álbum 180 me transportaram para o final dos anos 60 – inicio dos 70, mais precisamente para o punk de Iggy Pop e os Stooges e lado psicodélico de Velvet Underground.

De repente, a viagem se transporta para o presente numa conexão com o lado melódico do indie rock do The Vaccines… mas com guitarras enérgicas, distorcidas que compoem as canções de maneira surpreendente.

Na verdade, surpreendente é a palavra que melhor descreve Palma Violets. Os caras não “inventaram” nada. Pegaram as referências todas conhecidas, mas conseguiram fazer uma junção tão perfeita e com tanta personalidade que a única frase que cabe aqui é Surpreendente!!!!

Palma Violets Official Web Site

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Descompromissado

MARK KNOPFLER & EMMYLOU HARRIS – “Real Life Roadrunning”

Zapeando era o que estava fazendo quando parei no canal BIS (120 da NET) e estava iniciando o show Real Life Roadrunning do Mark Knopfler e Emmylou Harris.

Admito que não tinha idéia de quem era Emmylou Harris, mas parei para assistir e que surpresa viu!

Um som meio folk meio country, ótimo para uma manhã enquanto se está em processo de despertar por completo…e ouvindo Real Life Roadrunning o fazemos de maneira bem tranquila, harmônica e te carrega com uma energia bem equilibrada.

Se voce estiver interessado haverá uma reprise no dia 30/04. Se puder veja… vale a pena!

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