quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Tem que coisas não precisam mudar

ARCTIC MONKEYS  - “Humbug”

arctic O Arctic Monkeys é uma daquelas bandas que ao estilo “mineirinho”, devagar, no meio de uma onda de outras bandas, implacou o seu estilo, sua personalidade de uma maneira marcante.

E o seu mais recente álbum, Humbug, traz à tona, vem reforçar isso, ainda que apresente um Arctic Monkeys um pouco diferente.

Se nos álbuns anteriores, especialmente no primeiro, a energia “juvenil” e acelerada da banda era evidente, e deixava margens para se duvidar de sua existência futura, o mesmo não se diz de Humbug.

Os riffs de guitarra latentes lá estão. Uma ou outra acelerada também, mas esse álbum mostra a banda se enveredando por um caminho mais sóbrio e “sombrio”, eu diria, mas sem perder sua autenticidade.

Pode não ser o álbum preferido dos fãs que curtem “Brainstorm” ou “The view from the afternoon”, mas mostra uma banda em evolução, e isso faz toda a diferença.

JOSS STONE - “Colour me free!”

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Conheci Joss Stone já no seu debut, The Soul Sessions, cujo título é muito mais que sugestivo.

Naquele álbum, Joss apareceu como algo surpreendentemente belo, sensual, com o swing e os elementos que o R&B/soul apresentam.

Posteriormente, vi seu DVD Mind Body and Soul Sessions – live in New York City. E, creio que só ao vivo de verdade, poderia ser melhor.

Mas, algo aconteceu entre aqueles álbuns e o DVD e o seu mais recente CD – Colour me Free!. E algo triste, eu diria.

Joss Stone deixou-se levar por um lado “pop” na sua sonoridade, perdendo os elementos que a elevaram a condição de musa (não apenas por sua beleza). Aliás, elementos de um “pop” alá American Idol ou algo assim.

Suas canções estão mais “simples”, menos envolventes. Cairam numa “vala comum”, embora ainda se ache sua essência em faixas como “Governmentalist”.

Que este desvio seja apenas um reflexo temporário da “liberdade” solicitada por ela no título deste álbum. E, que a Joss Stone, retorne em breve.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ska de “los Hermanos”

image A cena alternativa que assola a cidade de São Paulo traz achados incríveis (vide Yael Naim no SESC Pinheiros e Zigmat no Inferno Club). E, num desses achados, me deparei com Rosario Smowing, um grupo argentino de SKA, originário da cidade de Rosário.

image O grupo formou-se em 2000, tendo Diego Javier Casanova como seu mentor e frontman. Junto com uma grande trupe, em 2004 lançam seu primeiro álbum Volumen 1. Nesse momento, muitos dos membros “originais” haviam partido, e sangue novo, com novas referências aparecem, apliando a sonoridade da banda, incluindo jazz, tango e outras referências latinas.

image O novo álbum, Si siempre estoy llegando…, lançado em 2006 é o mais recente da banda, que hoje conta com os seguintes membros:

Diego Javier, Gabriel Wenceslao Coronel (baixo elétrico e acústico), Martín José Tessa (guitarra e banjo), Lucas Polichiso (piano e acordeón) e Diego Alejandro Picech (bateria e percussão).

Quer conhecer o som de “estos hermanos”? Então, visite o Rosario Smowing Official Site ou ouçam no Rosario Smowing no MySpace.

E aí….curtiu?

Então, não perca a chance de vê-los, ao vivo, em São Paulo. Escolha a sua data e se divirta:

26/11 – SESC Ipiranga

27/11 – Clube Berlin

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Na vibe Eletro-Dance-Pop

CHEW LIPS - “Salt Air” single

image Sem me estender no discurso, a questão aqui é a seguinte. Você curte The Ting Tings? Gosta de La Roux? E não para de ouvir Little Boots?

Então, você está convocado a conhecer mais esse membro da cena eletro-synth-pop que não sai do seu MP3 player.

Chew Lips é de Londres e formado por Tigs, Will Sanderson e James Watkins em 2008.

Ainda não tem álbum lançado, mas o single “Salt Air” já está dando o que falar por terras Européias.

Ouçam no Chew Lips no MySpace

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Yael Naim Live at Sesc Pinheiros

A palavra talento ganhou um sinônimo: Yael Naim.

Há muito tempo eu não me surpreendia tanto com um show. Na verdade, desde a apresentação do Dead Can Dance no Brasil, em 1997 (se não me falha a memória), eu não ficava embasbacado com um show.

image Yael Naim ensina a muito artista e banda velha de estrada como se deve estar num palco. Como envolver o público com o seu carisma, sua energia, sua alegria, com seu talento, com suas histórias. Sem ser chata, pedante ou arrogante. De maneira natural, com prazer e diversão.

Ela mostrou as faixas do seu primeiro álbum, homônimo, e alguns bonus tracks com o suporte de um grupo de músicos de talento indescritível.

As percussões dos atabaques, teclados “alá The Doors” e acordeon ilustram a riqueza sonora que Yael Naim trouxe para o palco, encantando e extasiando a platéia que lotou o teatro do Sesc Pinheiros nessa noite.

O seu talento já seria elevado a enésima potência, juntamente com o talento de seus músicos, os quais tiveram seus “momentos de estrela”, se ela apresentasse “somente” o fantástico domínio de sua voz, variando tonalidades baixas, médias e altas com uma facilidade como se estivesse brincando. Mas, ela foi além. Mostrou o seu lado multi-instrumentista, tocando piano, violão e baixo.

Essa jovem cantora envolveu a todos numa aura de intimidade tão grande que não parecia estarmos vendo o show de uma artista estrangeira, a qual estava fechando as comemorações do ano da França no Brasil. Parecia estarmos vendo o show de uma amiga, próxima e íntima, uma vizinha nossa.

E suas histórias em algumas das faixas, como quando mudou-se para Paris ou antes de tocar “New Soul”, a sua canção mais conhecida, tornava a intimidade ainda mais cativante, como se fizessemos parte de suas histórias e tornando o ambiente ainda mais aconchegante.

O show durou quase duas horas, transcorridas de maneira suave e com gosto de “sim, quero mais!”, quase como um encantamento inebriante.

Na mesma intensidade do êxtase de Yael Naim no palco estava a receptividade do público, que cantou até o último instante sob a “batuta” daquela maestra.

Antes de iniciar “New Soul”, Yael Naim disse que, ao escrever aquela canção, havia chegado à conclusão de que era ainda uma “alma jovem”, ainda aprendendo.

Definitivamente, com todo aquele talento, carisma e simpatia, Yael Naim não é uma “nova alma”, mas sim uma nobre alma.

 

terça-feira, 10 de novembro de 2009

CD News – Aus Deutschland 2

WIR SIND HELDEN

“Das ist das echte Beispiel von Deutschland”…ou algo como “aqui temos um genuíno exemplar da Alemanha”.

Wir sind Helden ou Somos Heróis, é uma banda pop alemã e que canta em alemão.

Já sei, já sei, estão imaginando a “sutileza”, a “suavidade” do idioma alemão nas canções, mas não tirem conclusões precipitadas.

Você pode se surpreender, positivamente, com a simples, porém agradável cadência pop que Judith Holofernes (vocais), Jean-Michel Tourette (guitar), Pola Roy (bateria) e Mark Travassol (baixo) imprime em suas canções, com influência do final dos 80, início dos 90.

Wir Sind Helden está na ativa desde 2001. O primeiro álbum saiu em 2002, Guten Tag. E seis álbuns já foram lançados, sendo Soundso, o mais recente, de 2007.

O site da banda está em alemão…e se quiser confira aqui ou vejam dois vídeos deles e entendam o que é Wir Sind Helden!

E se quiser, já pode ir treinando o seu alemão com a faixa “Denkmal”

Komm mal ans Fenster komm her zu mir
Siehst du da drüben gleich da hinterm Wellblechzaun
Da drüben auf dem Platz vor Aldi haben sie
unser Abbild in Stein gehaun

Komm auf die straße komm her zu mir
Überall Blumen und Girlanden halb zerknüllt
Sieht so aus als hätten die unser Denkmal heute Nacht
schon ohne uns enthüllt

Hol den Vorschlaghammer
Sie haben uns ein Denkmal gebaut
und jeder Vollidiot weiß
dass das die Liebe versaut
Ich werd die schlechtesten Sprayer
dieser Stadt engagieren
Die sollen Nachts noch die Trümmer
mit Parolen beschmieren

Komm auf die Beine komm her zu mir
Es wird bald hell und wir haben nicht ewig Zeit
Wenn uns jetzt hier wer erwischt sind wir für immer vereint
in Beton und Seligkeit

Hol den Vorschlaghammer
Sie haben uns ein Denkmal gebaut
und jeder Vollidiot weiß
dass das die Liebe versaut
Ich werd die schlechtesten Sprayer
dieser Stadt engagieren
Die sollen Nachts noch die Trümmer
mit Parolen beschmieren

Siehst du die Inschrift da unten bei den Schuhen
Da steht in goldener Schrift wir sollen in Ewigkeit ruhen

Hol den Vorschlaghammer
Sie haben uns ein Denkmal gebaut
und jeder Vollidiot weiß
dass das die Liebe versaut
Ich werd die schlechtesten Sprayer
dieser Stadt engagieren
Die sollen Nachts noch die Trümmer
mit Parolen beschmieren

Sie haben uns ein Denkmal gebaut
und jeder Vollidiot weiß
dass das die Liebe versaut
Ich werd die schlechtesten Sprayer
dieser Stadt engagieren
Die sollen Nachts noch die Trümmer
mit Parolen beschmieren






segunda-feira, 9 de novembro de 2009

CD News – Faça uma criança feliz

FUCK THE BUTTONS - “Tarot Sport”

image Todos conhecemos esse ditado popular, não é? Pois bem… esse é o espírito com o qual o duo inglês Fuck Buttons parece ter trabalhado no seu mais recente álbum Tarot Sport.

Andrew Hung e Benjamim John Power, os seres humanos por trás da eletrônica do Fuck Buttons, exploram uma diversidade de efeitos e sonoridades eletrônicas, numa aura experimentalista que beira o minimalismo, dada as repetições hipnóticas e quase infindáveis de suas composições.

Ouvindo o álbum, a sensação que fica é…”vamos apertar esse botão e ver o que acontece?….Ahhh agora esse…” e assim sucessivamente.

Pode dar a entender que a criação é “solta” demais, mas nem tanto. A diversão é de criança, porém a criação é controlada e tem bons momentos.

Ouçam “Surf Solar” no Fuck Button no MySpace e se hipnotizem.

 

domingo, 8 de novembro de 2009

CD News – Aus Deutschland

GET WELL SOON - “Rest Now, Weary Head! You Will Get Well Soon”

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Quando vi o nome dessa banda e do álbum, imediatamente, vislumbrei uma boa novidade, ainda mais, sabendo que o seu criador é um alemão (e eis mais uma “one man band” again). E por quê?

Simples! Porque me remeteu a elementos do excelente “lado negro” dos anos 80. Fui conhecer o som e….eu estava certo!!!

Konstantin Gropper, ex-estudante de música e fundador do Get Well Soon, tem 27 anos. Toca cello, bateria, guitarra e teclados e “peregrinou” entre a Irlanda, Inglaterra e Alemanha após terminado seus estudos.

Talvez, daí, tenham vindo os elementos do seu lado indie-pós-punk, em seu primeiro álbum.

Os vocais de Herr Gropper lembram muito os vocais de outra banda ícone do pós-punk/dark ambient dos anos 80, o Swans.

A diferença é que o som destes é mais denso. Já o Get Well Soon, tem uma cadência “mais atual”, mas a melancolia está lá, presente, evidente e envolvente.

Conheçam no Get Well Soon Official Site e não deixem de ver o clipe que abre o site….maravilhoso!

Vejam 3 exemplos do que é Get Well Soon

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

CD News – by Train….

imageO mundo da música vem mudando muito nos últimos anos. Criatividade e sensibilidade tem surgido nos cantos mais diversos: Escandinávia, Israel, Rússia e por aí vai. Mas, algumas referências sonoras tem um laço estreito com o Reino Unido, e este é mais um exemplo disso.

Iliketrains (sim, tudo junto mesmo!) foi uma grande e fantástica surpresa no meio de uma lista enorme de bandas que estava ouvindo.

A primeira impressão, com base apenas no nome e forma de escrita, foi a de que o som desses caras era algo mais para Kaiser Chiefs ou Arctic Monkeys. Porém, fui divinamente enganado e encantado.

Iliketrains vem de Leeds. Foi formada em 2003 e tem 5 integrantes. E o seu som traz algo de etéreo, de onírico. É viajante, suave e denso ao mesmo tempo. Um dream pop de excelente qualidade, com vocais intensos, graves e soturnos até.

A banda já lançou dois álbuns: Progress Reform, de 2006 e Elegies to Lessons Learnt, de 2007 e é obrigatório em qualquer discografia.

Conheçam mais no Iliketrains Official Site e cliquem no Launch Media Player para conferir essa obra prima.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

CD News – Indie Escandinavo

SODA FOUNTAIN RAG - “It´s Rag Time”

sodaSoda Fountain Rag é uma banda “de um homem só”.  Nesse caso, a banda de uma mulher só.

Ragnhild Hogstad Jordahl é de uma cidade chamada Bergen, na Noruega. E, como as boas bandas indie da Escandinávia, Soda Fountain Rag não desaponta.

Com sua melodia quase infantil e uma cadência que envolve e nos faz querer ouvir mais e mais, It´s Rag Time seu debut, tem tudo para agradar.

Ouçam no Soda Fountain Rag no MySpace

STARS IN COMA - “You´re Still Frozen in Time”

starsO nome nos remete a algo muito, mas muito mais soturno do que a vibe do som desta banda da Suécia.

Stars in Coma é também um projeto de um homem só, Andre Brorsson.

Após diversos EP´s, no ano passado saiu o primeiro álbum You´re Still Frozen in Time, com algumas faixas específicas para este álbum e outras colhidas ao longo da carreira, a qual se iniciou em 2005.

Stars in Coma traz um indie-pop que nos remete a bandas do início dos anos 90, numa certa aura etérea, mesclando elementos synth-pop conduzindo suas canções com uma energia juvenil, eu diria.

São bem cativantes, alegres e tranquilas.

Visite o Stars in Coma Official Site

sábado, 31 de outubro de 2009

CD News – Delvindelux

O projeto: Delvindelux. O criador: Tony Gordin.

IMG_9905 Na noite do show do Zigmat (veja o post Zigmat ao vivo no Inferno), conheci o Tony.

Recém chegado dos Estados Unidos e na bagagem muita referência, Tony me entregou o release de Delvindelux.

E aqui o apresento.

Delvindelux tem personalidade já à partir do nome. E sua sonoridade vai num ambiente único.

Mesclando elementos pop do shoegazer inglês, com uma levada ora synth pop, ora recheada de swing jazzista, ora com toques de ska e tudo isso numa aura rock ´n roll 70´s, Tony ou Liquid Delvin Beats, como se autointitula, traz uma sonoridade que exige “ouvidos mais seletivos”.

Se você se enquadra nessa definição, ouça no Delvindelux no MySpace.

E se curtiu e quer o CD… é só falar com Delvindelux no delvindelux@gmail.com

 

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